PGR deve apurar se deputado Lúcio Lima ameaçou ex-ministro Calero
O parlamentar é irmão do ex-ministro Geddel Vieira que renunciou ao cargo após declarações de Marcelo Calero (foto)
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou nesta semana para a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, um pedido de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar se o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) fez ameaças ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
As ameaças do deputado contra Calero teriam sido feitas em função do episódio que levou à renúncia do irmão de Lúcio, Geddel Vieira Lima, do cargo de ministro da Secretaria de Governo, em maio.
Na época, Calero deixou o governo após reclamar de ingerências de Geddel, então ministro da Secretaria de Governo, que pressionava pela liberação, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de obra do empreendimento La Vue, situado em um bairro histórico de Salvador, no qual teria um apartamento.O pedido de investigação sobre as ameaças foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, dentro do inquérito que apura os R$ 51 milhões em dinheiro vivo apreendidos pela Polícia Federal em um apartamento em Salvador, posteriormente atribuídos à família Vieira Lima.
Fachin entendeu que a suposta ameaça de Lúcio Vieira Lima a Calero, no entanto, não estaria associada ao caso dos R$ 51 milhões. “Ainda que o aludido empreendimento [La Vue] tenha sido utilizado para a lavagem de capitais imputada aos denunciados, tal circunstância, por si só, não seria apta a justificar a apuração conjunta dos fatos”, escreveu o ministro, na decisão em que remeteu o pedido de investigação à presidente do STF.
Caberá a Cármen Lúcia agora decidir se redistribui, por sorteio, o pedido de nova investigação contra Lúcio Vieira Lima.