FAB nega ter transportado Olavo de Carvalho aos Estados Unidos
Suposição de que guru bolsonarista teria sido transportado aos EUA em avião da FAB foi levantada no sábado (20/11) nas redes sociais
atualizado
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A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou uma nota, na madrugada deste domingo (21/11), negando que tenha transportado o “guru” do bolsonarismo Olavo de Carvalho aos Estados Unidos, no dia 13 de novembro. No sábado (20/11), a escritora Daniela Abade publicou uma série de tuítes que apontavam que o professor de filosofia on-line teria pegado carona em aeronaves da FAB para retornar às pressas aos EUA, após tratamento de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
A Aeronáutica chamou as suposições levantadas de “comentários levianos e irresponsáveise”. “A Instituição reitera que não transportou qualquer passageiro, incluindo o Sr. Olavo de Carvalho, no trecho em questão. Apenas os tripulantes que cumpriam a missão estavam a bordo”, diz a nota da FAB.
“A FAB repudia e não aceita a suposição de que teria participado de algum transporte de passageiro de maneira irregular ou oculta. Todos os atos da Instituição são balizados pela observância às leis e sob a ótica da transparência. A divulgação de inverdades, sem a devida apuração, deve ser combatida, por contribuir para a desinformação da sociedade”, reforça o texto do comunicado.
Retorno aos EUA
Na última semana, após ter alta de sua quarta hospitalização em 2021, Olavo de Carvalho regressou à Virginia, estado onde mora nos EUA. Ele estava no Brasil desde julho deste ano para tratamento médico. O filósofo decidiu voltar para casa antes de ser convocado para depor no caso que investiga se foi favorecido na fila do SUS.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, Olavo disse que seu retorno ao território americano foi repentino e sequer teve tempo para se despedir de médicos e enfermeiros do hospital. “Eu estava no hospital e me ofereceram um voo repentino para dali a 15 minutos. Eu não ia perder essa oportunidade”, desculpou-se.
Parlamentares do PT defenderam investigação para apurar o caso. O deputado Jorge Solla (PT-BA) afirmou que pediria na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara a convocação do comandante da FAB para explicar as acusações.
O comandante da Aeronáutica, brigadeira Carlos Almeida Baptista Júnior, respondeu a um tuíte do deputado se colocando à disposição do Congresso.
Estarei sempre à disposição do Congresso Nacional. A nota abaixo talvez comprove que “evidências” podem ser, apenas, devaneios ou leviandades. https://t.co/G9ljcfMnBC pic.twitter.com/rMi42Erycf
— Brigadeiro Baptista Jr (@CBaptistaJr) November 21, 2021
Envolvimento de ministro
Nos tuítes de Daniela Abade, ela alega que Olavo teria usado um avião designado ao ministro das Comunicações, Fábio Faria. Ainda no sábado, Faria reagiu dizendo desconhecer Olavo e chamou as suposições de “maluquices” e “devaneios”.
FAKE NEWS!!
Não conheço Olavo de Carvalho, nunca o vi na vida e não fui de FAB para os EUA.
Irresponsabilidade soltar maluquices na imprensa sem checar.
É preciso investigar e punir esses devaneios que se espalham irresponsavelmente. @STF_oficial @policiafederal pic.twitter.com/dCHqaT5uZX— Fábio Faria 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 (@fabiofaria) November 20, 2021
Na nota, a FAB também negou ter requisitado sigilo aos voos designados para o transporte de ministros de Estado com intuito de omitir a visualização em sites de monitoramento.
Pouso em Long Island
Segundo a Aeronáutica, o pouso no aeroporto Mac Arthur em Long Island, uma das suspeitas levantadas pela escritora Daniela Abade, foi programado por causa de restrição de pátio no aeroporto JFK.
“Por ser um local de grande movimentação, as autoridades americanas solicitam que o tempo de permanência no solo de aeronaves que não operam regularmente naquela localidade seja de, no máximo, 2 horas, o que inviabilizaria o trajeto direto a este aeroporto”, justifica a FAB.
O pouso em Long Island teria sido considerado pelo fato de já ser um local comumente utilizado como base de suporte pela FAB em viagens para Nova York e porque o aeroporto está a aproximadamente 59 quilômetros e cerca de 10 minutos do destino. “Somou-se ainda à decisão do pouso no aeroporto Mac Arthur o fato de possibilitar todo o processo de imigração dos tripulantes e também de não ter passageiros a bordo da aeronave.”