Executivo da Andrade Gutierrez reitera pressão de Berzoini por doação
Segundo Otávio Marques de Azevedo, o ex-presidente do PT e o tesoureiro João Vaccari Neto pediram propina de 1% sobre todos os contratos da empreiteira com o governo federal
atualizado
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O executivo Otávio Marques de Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez, declarou nesta quinta-feira (28/7) ao juiz federal Sérgio Moro, que entre o fim de abril e meados do mês de maio de 2008, durante reunião na sede da empreiteira em São Paulo, o então presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o tesoureiro do partido na época, João Vaccari Neto, exigiram uma “contribuição eleitoral” da empresa.
O valor pedido por Berzoini e Vaccari, segundo o empresário, foi de 1% sobre todos os contratos da empreiteira com o governo federal, inclusive os que já tinham sido executados desde 2003 – primeiro ano da era Lula.O empreiteiro prestou depoimento em ação penal em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por envolvimento no suposto esquema de propinas na Petrobras.
O pedido de repasse feito por Berzoini já havia sido relatado por Azevedo e por Flávio Machado, também ex-dirigente da Andrade Em seu depoimento, Machado afirmou que o pedido causou desconforto em executivos da Andrade Gutierrez.
“A posição colocada pelo Berzoini foi de que nós éramos grandes parceiros do governo”, afirmou Azevedo.
Defesas
Berzoini nega ter pedido contribuição de 1% sobre o valor dos contratos da empreiteira. João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015, também nega ter solicitado recursos ilícitos. Por meio de seu defensor, Luiz Flávio Borges D’Urso, o ex-tesoureiro do PT rechaça as suspeitas de arrecadação ilegal. “As denúncias são de delatores, portanto, não têm validade”, afirma D’Urso.