Ex-presidente do STF, Sepúlveda Pertence integrará defesa de Lula
Nome vinha sendo cogitado desde antes da condenação a 12 anos e um mês de prisão pelo TRF-4
atualizado
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Depois de forte pressão de setores do PT a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será reforçada pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence. Nesta terça-feira (6/2) o experiente criminalista, considerado um dos maiores especialistas em processo penal do Brasil, aceitou o convite de Cristiano Zanin Martins, responsável até aqui pela defesa de Lula. Segundo fontes do PT, o reforço contou com o aval do próprio Lula.
O nome de Sepúlveda vinha sendo cogitado para integrar a defesa do ex-presidente desde antes da condenação a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4). Segundo pessoas próximas ao ex-ministro do STF, não houve acordo porque Sepúlveda defendia o banqueiro André Esteves, o que poderia gerar conflito de interesses. Advogados, contudo, relataram que o motivo da divergência foi o fato de Zanin não abrir mão de fazer a sustentação oral no TRF-4.
De acordo com advogados petistas, a entrada de Sepúlveda deve representar uma mudança na estratégia de embate com o Judiciário defendida por Zanin durante todo o processo e reverberada por Lula em seus discursos. Com a entrada do ex-ministro do Supremo – ele chegou a presidir a Corte -, a aposta passou a ser em uma solução alternativa para a questão da prisão após condenação em segunda instância, que hoje divide o STF. Juristas próximos a Lula acreditam na construção de um “voto médio”, um meio termo entre as duas posições antagônicas hoje em disputa no Supremo.
A defesa de Lula não se manifestou sobre o reforço. Procurado, Sepúlveda não atendeu às ligações da reportagem.
Quando a primeira notícia sobre a possibilidade de reforço na defesa de Lula foi publicada, a Executiva Nacional do PT chegou a aprovar uma nota em resposta à reportagem do Estado na qual desmentia “categoricamente” o teor da publicação. O setorial jurídico do PT chamou a reportagem de “covarde” e a presidente cassada Dilma Rousseff, em suas redes sociais, classificou a informação como “golpista”. Até o momento não houve manifestação deles sobre a contratação de Sepúlveda.