Ex-presidente da Apex nega ter pedido demissão e gera crise no governo
Segundo mensagens que Alex Carreiro mostrou a deputados do PSL, ele não pediu para sair, mas foi forçado a deixar o cargo
atualizado
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O novo embaraço na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) – envolvendo a suposta queda de Alex Carreiro da presidência da entidade – iniciou especulações de que o próximo a ser substituído será o próprio ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Carreiro mostrou a deputados do PSL troca de mensagens pelo WhatsApp que comprovariam que ele não pediu demissão como informou o ministro nas suas redes sociais, mas foi forçado a deixar o cargo na Apex. Nesta quinta-feira (10/1), também procurou interlocutores no Palácio do Planalto para apresentar sua versão.
Na tarde desta quinta, Alex Carreiro dá expediente normalmente na agência. A aliados, ele diz que continuará trabalhando até ser chamado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ou até ser publicada sua exoneração no Diário Oficial da União.
O infortúnio de Carreiro começou quando se descobriu que ele não fala inglês fluentemente, condição essencial para ocupar o cargo. Mas essa não foi a única razão de sua queda.
Fontes relatam que o problema começou após Letícia Catellani assumir a diretoria da agência. Ex-dirigente do PSL, ela chegou ao posto há dois dias e não teria gostado de saber que Carreiro havia demitido 15 pessoas sem consultá-la. Os dois travaram discussões na frente de servidores da Apex.
Sentindo-se desautorizado, o então presidente decidiu pedir uma reunião com Ernesto Araújo para reclamar da subordinada. Porém, ao se reunir com o ministro, descobriu que sua carta de demissão estava escrita. Carreiro teria se recusado a assiná-la. Na sequência, Araújo anunciou pelo Twitter que Carreiro havia pedido o desligamento do cargo.
“O sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como presidente da Apex. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao presidente Bolsonaro o nome do embaixador Mario Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para presidente da Apex”, postou o ministro.
Segundo fontes, o presidente Jair Bolsonaro não foi avisado por Ernesto da demissão do então presidente da Apex.
Nesta quinta-feira (10/1), Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente da República, foi ao Twitter para tratar do assunto. “Eu não gostaria que fosse assim, mas grande parte da imprensa MENTE constantemente se [sic] se preocupar com a informação, somente em desgastar Bolsonaro. A última foi que Bolsonaro teria indicado o 01 da Apex e que o Presidente teria o desautorizado. MENTIROSOS DESCARADOS!”, escreveu.
Ele refere-se à versão de que foi Eduardo Bolsonaro, outro filho do presidente, quem indicou Carreiro para a Apex, o que teria sido desautorizado pelo pai presidente.