Ex-presidente da Anvisa: governo estimulou imunidade de rebanho à custa de vidas
Cláudio Maierovitch participa de audiência pública interativa promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid
atualizado
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O médico sanitarista Cláudio Maierovitch afirmou, nesta sexta-feira (11/6), que o governo federal estimulou a “imunidade de rebanho à custa de vidas humanas”. Ele participa de audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
Nas palavras do ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Estado “se manteve na produção de imunidade de rebanho para nossa população, ao invés de adotar medidas reconhecidas pela ciência para contornar essa crise”.
A tese consiste em expor o maior número de pessoas ao novo coronavírus, para que a população desenvolva, por meio da infecção, a imunidade ao vírus causador da Covid-19.
“Esse é um plano que pairou em março de 2020, quando alguns líderes internacionais acreditavam que o melhor caminho para vencer a crise era de que a doença se espalhasse rapidamente. Quem tivesse que morrer morreria, e quem sobrevivesse continuaria tocando a economia. Morreriam os mais frágeis, desonerando a Previdência, desonerando o sistema de saúde. Do ponto de vista econométrico, poderia até ter um acontecimento positivo”, criticou o sanitarista.
Cláudio Maierovitch é médico sanitarista e foi presidente da Anvisa, no período entre 2003 e 2008. O cientista também ocupou a direção da Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde de 2011 a 2016. Atualmente, trabalha na coordenação do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília (DF).