Ex-marqueteiro do PT diz que “faria de novo” ataque polêmico contra Marina
A ex-candidata afirma que João Santana foi responsável pela derrota dela nas eleições de 2014. Ele diz que comercial foi “jogo metafórico”
atualizado
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O ex-marqueteiro do PT João Santana disse nesta segunda-feira (26/10) que não se arrepende de ter produzido as peças de campanha de Dilma Rousseff (PT), em 2014, contra Marina Silva, então candidata do PSB à Presidência. Segundo ele, a iniciativa foi “um jogo metafórico”.
Para Santana, Marina criou uma pós-verdade ao dizer que sua candidatura desabou após o comercial em que o PT criticava a proposta dela de independência do Banco Central. “Que campanha é essa? Aliás, que candidatura é essa que não resiste a um comercial?”, questionou.
O publicitário ainda deixou claro que “faria de novo” uma peça publicitária no mesmo sentido.
A propaganda polêmica exibida pelo PT no horário eleitoral, em 2014, mostrava uma cena em que supostos banqueiros davam risada em uma reunião. Logo em seguida, aparecia uma família fazendo uma refeição. Em meio às imagens, um locutor dizia que o poder dos bancos aumentaria por causa da proposta de Marina Silva de dar autonomia ao Banco Central.
Ao fim da locução, a comida da família mostrada anteriormente ia sumindo dos pratos e as pessoas ficavam com expressões de desolação e tristeza. A propaganda dizia ainda que a proposta da candidata do PSB à Presidência significaria dar “poder aos banqueiros” de decidir até sobre “empregos e salários” da população.
Ao Metrópoles, Marina chegou a jurar que não guarda rancor, mas mostrou que não esquece o embate da campanha presidencial de 2014. “Foi cruel (sic) as fake news, a desconstrução da minha biografia, os ataques”, relembrou ela.
“Quem inventou as fakes news não foi o Trump. Foram a Dilma e o João Santana”, emendou, citando a ex-presidente e seu marqueteiro de campanha. “Eu não esperava que viesse de uma mulher esse tipo de ataque”, confessou Marina. “Foi mais virulento comigo do que com Aécio Neves.”
João Santana deu entrevista, pela primeira vez após ser preso em 2016, ao programa Roda Viva. Na ocasião, ele também falou sobre os esquemas de corrupção em campanhas eleitorais e sua situação após ter sido condenado no âmbito da Operação Lava Jato.