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Ex-diretor da Anvisa diz que faltou coordenação nacional na pandemia

Cláudio Maierovitch defendeu que não se enfrenta uma crise sanitária sem ação do Estado

atualizado

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Maierovitch 2
1 de 1 Maierovitch 2 - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O médico sanitarista Cláudio Maierovitch criticou, nesta sexta-feira (11/6), a ação do governo federal no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defendeu que “nunca houve um plano de contenção de Estado” para mitigar os impactos da crise causada pela Covid-19.

“Era a ideia inicial, antes de a pandemia entrar no Brasil. Isso significaria uma preparação não apenas para as chamadas barreiras sanitárias, de muito baixa eficácia para doenças que têm portadores assintomáticos, mas, especialmente, para detecção rápida, para testagem, para isolamento, para rastreamento de contatos”, explicou.

Maierovitch afirmou que o país tinha bagagem para combater a crise sanitária de maneira mais eficiente. “Nós tínhamos experiência para fazer isso no nosso Sistema Único de Saúde em diversas doenças. Sarampo é um dos grandes exemplos, mas temos muitas doenças de natureza semelhante, de transmissão respiratória, que conseguimos controlar na nossa história.”

Mais cedo, em pronunciamento ao colegiado, o sanitarista disse que o governo federal estimulou a “imunidade de rebanho à custa de vidas humanas”.

“O Estado se manteve na produção de imunidade de rebanho para nossa população, ao invés de adotar medidas reconhecidas pela ciência para contornar essa crise”, ressaltou.

A tese consiste em expor o maior número de pessoas ao novo coronavírus, para que a população desenvolva, por meio da infecção, a imunidade ao vírus causador da Covid-19.

“Esse é um plano que pairou em março de 2020, quando alguns líderes internacionais acreditavam que o melhor caminho para vencer a crise era de que a doença se espalhasse rapidamente. Quem tivesse que morrer morreria, e quem sobrevivesse continuaria tocando a economia. Morreriam os mais frágeis, desonerando a Previdência, desonerando o sistema de saúde. Do ponto de vista econométrico, poderia até ter um acontecimento positivo”, criticou o sanitarista.

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