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Ex-deputado Rocha Loures é preso em Brasília

Ex-parlamentar foi apontado por delatores da JBS como interlocutor de propina para o presidente Michel Temer

atualizado

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O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (3/6), na casa onde mora, em Brasília. Apontado por delatores da JBS como interlocutor de propina para o presidente Michel Temer, o ex-parlamentar foi levado para a Superintendência Regional da PF na capital federal. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, após pedido da Procuradoria-Geral da União (PGR) ajuizado na última quinta-feira (1º).

Fachin já havia negado um pedido de prisão preventiva contra o deputado. No entanto, na petição apresentada nesta semana, o procurador-geral da República Rodrigo Janot defende que, como Loures perdeu a prerrogativa de foro privilegiado, não há mais motivo para que a medida cautelar deixe de ser executada.

O ex-parlamentar era suplente do deputado federal Osmar Serraglio, que ocupava o Ministério da Justiça. Como Serraglio recusou a proposta para assumir o Ministério da Transparência e voltou à vaga na Câmara, Loures perdeu o foro. Ele já estava afastado do mandato desde o dia 18 de maio, quando foi deflagrada a Operação Patmos, da Polícia Federal.

Ao reapresentar no STF o pedido de prisão preventiva, Janot classificou Loures como “homem de total confiança, verdadeiro ‘longa manus’ do presidente da República Michel Temer”. ‘Longa manus’ quer dizer executor de crime premeditado por outro.

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A expectativa da força-tarefa da Operação Lava-Jato é de que Rocha Loures aceite fazer delação premiada. Como a mulher dele, que também mora em Brasília, está grávida, os investigadores esperam que ele não esteja disposto a permanecer muito tempo detido. Por isso, a negociação de uma colaboração pode ser facilitada.

O ex-parlamentar e ex-assessor de Michel Temer foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil do ex-executivo da JBS, Ricardo Saud. O dinheiro seria propina paga pela empresa em troca de intervenção de Loures junto ao Cade em assuntos de interesse do frigorífico. Segundo a delação de Joesley Batista, o ex-deputado foi pessoalmente indicado por Temer para a tarefa. O dinheiro foi devolvido por Rocha Loures no último dia 23.

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