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Ex-assessor revela que ajudou a destruir provas contra Geddel

Segundo Job Brandão, ex-ministro o convocou a pôr fim em agendas, documentos e anotações. Ex-funcionário tenta firmar delação com MPF

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VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
Brasília - Ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Geddel Vieira Lima, fala à imprensa no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)
1 de 1 Brasília - Ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Geddel Vieira Lima, fala à imprensa no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil) - Foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

A edição desta semana da revista Época detalha como o ex-assessor Job Ribeiro Brandão, funcionário de confiança do ex-ministro Geddel Vieira Lima e de seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), teria ajudado a destruir provas da ligação dos peemedebistas com os R$ 51 milhões encontrados no “bunker” de Salvador (BA) pela Polícia Federal.

Segundo a revista, quando obteve um habeas corpus para deixar o Complexo Penitenciário da Papuda e ficar em prisão domiciliar, em 13 de julho, Geddel convocou Brandão para “uma missão delicada”. “Preocupado com a possibilidade de as investigações da Operação Lava Jato o devolverem ao cárcere, Geddel incumbiu Job de destruir documentos, agendas e anotações. Assim fez Job. Papéis foram picotados e jogados na privada; outros documentos foram colocados em sacos de lixo e descartados. Estava limpo o terreno caso houvesse uma nova batida da Polícia Federal”, descreve a Época.

O caso foi denunciado pelo ex-assessor dos Vieira Lima na terça-feira (14/11), ao delegado Marlon Cajado, na Superintendência da Polícia Federal da Bahia. A revelação faz parte da tentativa de Job Ribeiro Brandão de fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. “Em prisão domiciliar desde setembro, o ex-­assessor pretende tornar públicas suas lembranças para se livrar da pena”, o que pode agravar ainda mais a situação do ex-ministro peemedebista e do irmão parlamentar, destaca a publicação.

Agravante
O ex-assessor foi detido porque suas impressões digitais foram identificadas nas células recolhidas no chamado “bunker de Geddel”. Segundo o candidato a delator, uma de suas atribuições era, justamente, contar o dinheiro ilícito supostamente surrupiado pelos patrões. O episódio levou o ex-ministro de volta à Papuda, uma vez que o apartamento de Salvador teria sido emprestado a ele e ao irmão.

Segundo a Época, o advogado de Brandão, Marcelo Ferreira, confirma que seu cliente quer fazer delação premiada e estuda entrar com uma ação na Justiça pedindo ressarcimento dos valores de seu salário que eram devolvidos à família Vieira Lima – segundo ele, algo em torno de 80% do total.

“Apesar de figurar nos registros da Câmara dos Deputados como secretário parlamentar, na prática as atividades de Job se resumiam aos interesses pessoais dos parlamentares e familiares, um verdadeiro empregado doméstico, refém das circunstâncias e obrigado a devolver a maior parte de seu salário, pago pelos cofres públicos”, diz o advogado.

A defesa da família Vieira Lima afirmou que não comentaria o caso, por não ter tido acesso ao depoimento do antigo aliado. O deputado Lúcio Vieira Lima disse que só seu advogado poderia responder. A defesa de Geddel argumentou que as buscas no apartamento com os R$ 51 milhões foram ilegais porque partiram de denúncia anônima.

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