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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro depõe sobre caso Coaf na quarta

Fabrício Rocha é apontado pelo Coaf como autor de “movimentações atípicas” e repasses para a família de Jair Bolsonaro

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Fabrício Queiroz
1 de 1 Fabrício Queiroz - Foto: Reprodução/Facebook

O ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, Fabricio José Carlos de Queiroz, suspeito de ter movimentado R$ 1,2 milhões em sua conta bancária, deverá depor nesta quarta-feira (19/12), na investigação aberta pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, com base no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A assessoria de Flávio Bolsonaro não quis comentar o caso.

O MP abriu 22 procedimentos de investigação criminal para apurar as movimentações identificadas pelo Coaf, nas quais pelo menos 20 assessores de deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) tiveram movimentações “atípicas”.

O policial militar e Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, estão entre os investigados.

O Coaf identificou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento cita um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente eleito disse que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.

Nesta segunda-feira (17/12), no primeiro evento público em que apareceram juntos desde que o jornal O Estado de S. Paulo revelou o relatório do Coaf, Bolsonaro e Flávio evitaram a imprensa.

Em nota, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, informou que as investigações derivadas do Relatório de Inteligência Financeira do Coaf têm por objetivo esclarecer se há participação de parlamentares “em diversas movimentações financeiras atípicas” da Assembleia do Rio de Janeiro.

Transações
O documento do Coaf mapeou contas de 75 servidores e ex-funcionários da Alerj. No total, foram contabilizados R$ 207 milhões em transações consideradas não usuais. O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro destacou, porém, que as movimentações atípicas indicadas pelo Coaf não necessariamente podem indicar alguma ilicitude.

As apurações criminais serão conduzidas pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal do Ministério Público, que atua com o procurador-geral de Justiça. Os procedimentos, no entanto, foram divididos conforme a prerrogativa de cada parlamentar.

Os casos ligados aos deputados estaduais reeleitos citados ficarão sob a responsabilidade de Gussem. Os procedimentos envolvendo deputados que não foram reeleitos e os parlamentares que conquistaram vaga no Congresso, como no caso de Flávio Bolsonaro, serão conduzidos por promotores de Justiça – isso porque o entendimento é que não há mais foro privilegiado para situações como esta.

Já a eventual prática de improbidade administrativa será analisada pela subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais. Segundo o Ministério Público, o órgão já adotou as medidas “pertinentes” em relação ao documento, mas tudo está sob sigilo.

Colégio militar
Jair Bolsonaro e Flávio estiveram nesta segunda pela manhã na cidade da Baixada Fluminense para a inauguração do colégio Percy Geraldo Bolsonaro. A escola, que será dedicada a filhos de policiais militares do Rio de Janeiro, foi batizada com o nome do pai do presidente eleito.

Eles discursaram para uma plateia formada basicamente por policiais militares, autoridades estaduais e municipais e convidados da prefeitura de Duque de Caxias. Jair Bolsonaro chegou sob forte esquema de segurança. No seu discurso, repetiu falas do período eleitoral.

“Hoje nós vemos que os colégios militares estão na frente em grande parte dos demais. Não tem nada a ver no tocante à qualidade do professor, são muito parecidos. É que se perdeu ao longo do tempo a possibilidade do exercício de autoridade por parte dos mestres”, afirmou.

Quando pegou o microfone, Flávio enalteceu o pai. “Eu queria dizer o seguinte: o presidente eleito Jair Bolsonaro nem assumiu ainda e já está inaugurando uma escola militar”, disse.

 

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