Ex-assessor de Flávio Bolsonaro afirma estar com câncer no intestino
Revelação foi feita durante entrevista para o SBT Brasil na noite desta quarta-feira. Doença seria motivo para ele ter faltado a depoimentos
atualizado
Compartilhar notícia
Ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz disse em entrevista ao SBT Brasil ter sido diagnosticado com câncer no intestino. A revelação foi feita à repórter Débora Bergamasco na noite desta quarta-feira (26/12). Essa é a primeira vez que ele aparece publicamente para comentar o caso.
“Vou ser submetido a outros exames e operar o mais rápido possível”, disse Queiroz. Segundo o ex-assessor do filho de Bolsonaro, ele está com um tumor grande no intestino. A questão de saúde foi a alegação do advogado para faltar, por duas vezes, ao depoimento que deveria prestar para o Ministério Público do Rio de Janeiro.
O ex-assessor justificou, durante a entrevista, a movimentação de R$ 1,2 milhão em sua conta como resultado do seu trabalho como negociador de carros. “Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro. Compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro”, disse.
Foi constatado um câncer, e eu perguntei [ao médico] se é benigno ou maligno. Ele disse é maligno, mas sem pegar a biopsia. Eu vou ser submetido, hoje ou amanhã, a outros exames. Mas vai ser preciso operar o mais rápido possível
Fabrício Queiroz em entrevista ao SBT
Ele afirmou à reportagem do SBT que costuma comprar carros de seguradoras. Dessa forma, depois de arrumar os veículos, ele revenderia a um preço superior. “Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Na minha época, lá atrás, compra um carrinho, mandava arrumar, revendia – tenho uma segurança”, prosseguiu.
Assista a entrevista completa
A investigação
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta de Fabrício Queiroz. O documento foi anexado pelo Ministério Público Federal (MPF) à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão 10 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano. Registrado como assessor parlamentar, Queiroz é também policial militar e, além de motorista, atuava como segurança do deputado.
O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar.
Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.