Ex-assessor de Carlos Bolsonaro retirou todo o salário em espécie, diz MPRJ
Filho zero dois do presidente Jair Bolsonaro, assim como o irmão Flávio, é investigado por suspeita do crime de “rachadinha”
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) identificou que o cabeleireiro Márcio Gerbatim sacou, todos os meses, o valor integral do salário que recebia quando trabalhava no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), entre 2008 e 2010.
As informações foram publicadas pelo jornal O Globo, que teve acesso à quebra de sigilo bancário de Gerbatim. Ele também foi assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), irmão de Carlos.
Carlos, o filho zero dois do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é investigado por suspeita de “rachadinha” e de ter nomeado funcionários fantasmas. No entanto, a quebra de sigilo bancário de Gerbatim está relacionada ao caso de Flávio Bolsonaro.
Segundo a reportagem, o assessor recebeu R$ 89.143,64 da Câmara dos Vereadores carioca. Ele retirou, em dinheiro vivo, R$ 90.028,96. Em 1º de julho de 2008, por exemplo, Gerbatim recebeu uma remuneração de R$ 4.210. Nesse mesmo dia, sacou o mesmo valor.
“Eu desconheço esse assunto”, disse o cabeleireiro, ao ser procurado pelo jornal O Globo e ressaltar que não iria se manifestar. O vereador Carlos Bolsonaro, por sua vez, foi às redes sociais comentar a matéria. Ele disse que nunca foi crime sacar o salário.
“A pessoa sacar seu salário nunca foi crime. Fato ocorrido há 10 anos. A narrativa destes é tão normal quanto dizer que homem pode ser mulher se quiser. O objetivo sempre foi um só: atingir o presidente”, escreveu Carlos, ao atacar a reportagem da Globo. Veja:
Quanto às centenas de milhões de dólares em espécie em operações DELATADAS, nem um pio dos blogueiros!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 2, 2020