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Ex-apoiador de Bolsonaro, Lobão dispara: “Um mal a ser derrubado”

Em entrevista ao Metrópoles, músico defendeu o impeachment do presidente, que classificou como “muito pior que o coronavírus”

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Em meio à pandemia do novo coronavírus, o mais urgente para o Brasil é que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja tirado do cargo. Isso é o que defendeu o músico e escritor Lobão, em entrevista ao Metrópoles, nesta quarta-feira (22/04). “Tem que ter voz de prisão para o Bolsonaro. Ele é muito pior que o coronavírus, é o grande mal a ser derrubado agora”, disse ele em entrevista exclusiva, feita via Instagram.

Para Lobão, cabe ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), agir para tirar o chefe do Executivo do cargo: “Ele já recebeu 17 pedidos de impeachment, o (procurador-geral da República) Augusto Aras não vai fazer nada, está comprado pelo Bolsonaro”, opina.

“Os governadores estão agindo de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas o governo federal está cometendo uma atrocidade”, criticou, ao comentar a postura presidencial na crise do novo coronavírus.

Lobão também comentou as recentes negociações de Bolsonaro com partidos do Centrão, incluindo o PL do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto e o PTB de Roberto Jefferson, ambos condenados no Mensalão. “Como é que é nova política? Bolsonaro tem 39 anos de política, de hábitos absolutamente viciados, e agora, para desmobilizar toda a Lava Jato, vai se aliar a Waldemar Costa Neto, Roberto Jefferson, que são o que que tem de pior na política?”.

Apoiador de Bolsonaro nas eleições de 2018, Lobão rompeu com o governo em maio do ano passado. Segundo ele, a mudança no posicionamento em relação ao presidente se deu porque, embora ele apostasse que grupos liberais e menos radicais do bolsonarismo fossem ditar o tom do governo, não foi o que ocorreu, na sua avaliação.

“Eu não tinha nenhuma ligação ou empatia com o Bolsonaro, mas achei que por ter lutado contra o PT, seria um impropério votar neles. Percebi que era uma eleição plebicitária e sabia do risco que corria em apoiar essa pessoa. Mas meu grande erro foi não relevar o grupo mais radical – eu julguei que eram tão caricatos que não iam preponderar. Na primeira semana eu já vi que não seria assim”, afirmou.

Com a nova decepção, garante, ele não pretende anular seu voto em eleições futuras. “Não voto mais em ninguém, nunca mais. Eu arrisquei minha cara e os resultados são os mesmos. Só votaria se tivesse um candidato, não um anti-candidato. Aquela pessoa completamente diferente de tudo isso que está aí agora”, pontua.

Lobão também pinçou o comentário de alguém que acompanhava a live e alegou não ter havido um golpe militar em 1964 no país. Em resposta, o artista disparou: “Existiu sim (um golpe), eu já estava muito vivo. E economicamente era uma merda, não tínhamos liberdade”. “Como uma pessoa em sã consciência pode ter saudade de um regime tão burro, imbecil e opressor como esse?”, questionou.

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