“Eu tenho direito de exercer minha cidadania como todo brasileiro”, diz juiz que suspendeu a posse de Lula. Veja vídeo
O magistrado também explicou a suspensão de sua página pessoal no Facebook – onde aparece em manifestações contra o atual governo – e os principais embasamentos que sustentavam a liminar, derrubada na noite desta quinta-feira (17/3)
atualizado
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O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, que suspendeu, nesta quinta-feira (17/3), a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, falou sobre todas as polêmicas que o envolveram após ter concedido a liminar que prejudicou — até a noite de hoje, quando foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) —, a vida do ex-presidente. O magistrado explicou a suspensão de sua página pessoal no Facebook, na qual aparece nas manifestações contra o atual governo, e os principais embasamentos que sustentavam a liminar.
Após a decisão, começaram a circular nas redes sociais fotos do juiz na manifestação de quarta-feira (16) contra o governo. “Fora Dilma”, dizia a legenda da imagem, publicada no perfil pessoal do magistrado no Facebook. “Ajude a derrubar a Dilma e volte a viajar para Miami e Orlando. Se ela cair, o dólar cai junto”, publicou Itagiba. O magistrado explicou que suas postagens sempre tiveram tom de “piada”, e que se trata de uma forma pessoal de analisar a situação atual do governo.
Confira abaixo a entrevista com o juiz Itagiba Catta Preta.
Catta Preta é juiz federal há 20 anos. Antes, o magistrado foi procurador do Distrito Federal e, anteriormente, procurador do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Formado no Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e com mestrado na mesma instuição, Catta Preta é especializado em direito processual civil e direito internacional, comunitário e comparado, esse último pela Escuela Judicial de España.
Há cinco anos, o juiz federal condenou a Caixa Econômica Federal a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil ao caseiro Francenildo dos Santos Costa. Ele teve o sigilo bancário violado em 2006, depois de acusar o ex-ministro Antonio Palocci de frequentar a mansão da qual era caseiro, com lobistas e garotas de programa.
O caso estava relacionado ao escândalo do mensalão, que tirou Palocci do governo na época. Catta Preta acolheu parcialmente a ação, que foi proposta contra a Caixa e a Editora Globo S/A. A ação foi julgada improcedente em relação à empresa jornalística.