“Eu sou do Centrão”, diz Bolsonaro ao defender aliança com bloco
Presidente rechaçou o que chamou de termo pejorativo e afirmou que já integrou partidos do grupo, como PP e PTB
atualizado
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Ao comentar a aproximação do governo federal com o Centrão nesta quinta-feira (22/7), o presidente Jair Bolsonaro defendeu o bloco e disse que ele mesmo já integrou legendas que compõem o grupo durante os mandatos na Câmara dos Deputados. O bloco é formado por partidos de centro e centro-direita e hoje constitui a base do governo no Congresso Nacional.
“Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão, eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto. Depois, nasceu novamente da fusão do PDS com o PPB, se não me engano”, disse em entrevista à Rádio Banda B de Curitiba, parceira do Metrópoles.
O chefe do Executivo nacional ainda justificou que, se não negociar com o Centrão, não consegue garantir governabilidade. “Não tenho como governar com um quinto da Câmara”, disse ele sobre os votos de parlamentares.
“Nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, que o chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”, defendeu.
Durante a campanha eleitoral em 2018, em uma convenção do PSL que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República, o agora ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantou uma paródia do samba “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, do cantor Bezerra da Silva: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.
A paródia fazia referência à aliança de Geraldo Alckmin (PSDB) com partidos do Centrão. Recentemente, Heleno disse ter mudado de opinião sobre o grupo.
Bolsonaro ainda defendeu o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que é investigado em denúncias de irregularidades em contratos no âmbito do Ministério da Saúde. Pontuou que o parlamentar seja ouvido o quanto antes pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
“A honra dele é jogada na lama por pessoas que não têm qualquer credibilidade perante a opinião pública. Mais do que direito dele, a CPI tem o dever de ouvi-lo. Eu pergunto: por que deixá-lo sangrando sem resposta?”, questionou.
Segundo o mandatário, é preciso ter alguma materialidade nas denúncias. “Até que se prove o contrário, o Ricardo Barros continua no meu governo e ele continua tendo credibilidade para tratar de assuntos nossos dentro do Parlamento brasileiro”, completou.