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“Eu apostei muito no Brasil”, diz Eike Batista à CPI do BNDES

Convocado à prestar esclarecimentos no senado, empresário tenta convencer parlamentares da legalidade dos empréstimos ao grupo X

atualizado

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1 de 1 eike6 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga operações realizadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, CPI do BNDES, ouve na tarde desta quarta-feira (29/11) Eike Batista. O empresário foi convocado pelos senadores por supostamente ter sido beneficiado, juntamente com o Grupo EBX, por generosos empréstimos concedidos pela instituição. Além disso, os parlamentares questionam os investimentos realizados pela BNDESPar – o braço de participações do banco estatal – nas empresas de Eike.

A sessão, que estava marcada para começar 14h30, foi iniciada com mais de uma hora de atraso. Elegante e articulado, Eike tem usado sua boa oratória para tentar convencer os senadores de que as negociações entre o BNDES e o grupo de empresas por ele comandadas foram estritamente financeiras e dentro da lei.

No início de sua fala, o empresário solicitou que pudesse exibir um vídeo do Porto do Açu, que fica em São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro. O empreendimento foi idealizado por Eike Batista. Ao exibir as imagens institucionais, o empresário – que foi preso, acusado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro – demonstrou mais uma vez sua veia publicitária. Ele parece muito mais estar conversando com amigos e investidores, do que prestando depoimento à uma CPI, para a qual foi convocado – caso não comparecesse, corria o risco de ser conduzido coercitivamente pela Polícia Federal.

O BNDES foi uma complementação no Açu, eu investi muito dinheiro meu (no porto). Eu apostei muito no Brasil e espero que um novo ciclo como esse chegue em breve

Eike Batista, empresário acusado por corrupção e lavagem de dinheiro

O empresário é acusado de participar de esquema de corrupção envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral. Segundo o Ministério Público Federal, ele teria mentido em depoimento ao dar explicação sobre o pagamento de R$ 1 milhão ao escritório de advocacia de Adriana Anselmo, mulher de Cabral. Atualmente, Eike Batista cumpre recolhimento domiciliar noturno, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, a Corte também o proibiu de deixar o país e manter contato com outros investigados. Ele também deve comparecer periodicamente em juízo para prestar informações sobre suas atividades.

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