“Estão esticando a corda”, diz Bolsonaro sobre lockdown contra a Covid
Neste domingo, presidente completa 66 anos. Ele cumprimentou apoiadores e reclamou restrições impostas por governadores contra a pandemia
atualizado
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Em conversa com apoiadores neste domingo (21/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as medidas de isolamento social impostas por governadores na tentativa de reduzir a transmissão de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
O chefe do Palácio do Planalto afirmou que “não é possível abrir mão da liberdade”. “Se alguém acha que um dia nós abriremos mão da nossa liberdade, estão enganados. Alguns tiranetes ou tiranos tolhem a liberdade de muitos de vocês. Pode ter certeza: o nosso Exército é o verde oliva e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade. Estão esticando a corda. Faço qualquer coisa pelo meu povo, esse ‘qualquer coisa’ é o que está na nossa Constituição, na nossa democracia, em nosso direito de ir e vir”, ponderou.
As declarações foram dadas no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Neste domingo, Bolsonaro completa 66 anos e recebeu uma série de homenagens de simpatizantes.
“Pode ter certeza, pode confiar na gente, vocês, lá atrás, me deram esse voto de confiança. Enquanto vivo for, enquanto eu for presidente, só Deus me tira daqui. Eu estarei com vocês. Temos uma chance ímpar para mudar o Brasil”, afirmou.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem divergido de governadores que decretaram medidas restritivas de circulação como lockdown e toque de recolher. Para suspender decretos, ele recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Aniversário
Bolsonaro cumprimentou centenas de apoiadores e usava máscara. O encontro durou cerca de 20 minutos. Acompanharam o presidente a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
Vestido de verde e amarelo e portando faixas e bandeiras do Brasil, o grupo se deslocou até a residência oficial do presidente da República após uma carreata na região central de Brasília. Parte não usava máscaras, item recomendado pelas autoridades sanitárias para conter a disseminação da Covid-19.
Foi montada uma mesa com um bolo com a bandeira do Palmeiras em frente ao espelho d’água do Alvorada. O presidente ensaiou comer uma fatia do bolo, mas não o fez.
Auxílio emergencial
Bolsonaro elogiou o pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia, mas ressaltou que o desejo da população é voltar ao trabalho.
“O povo precisou, nós atendemos. Agora, o que o povo mais pede pra mim, todo lugar que eu vou, é: ‘Eu quero trabalhar’. O trabalho dignifica o homem e a mulher. Ninguém quer viver de favores do Estado”, salientou.
Após a fala do presidente, os apoiadores protestaram contra o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), gritando “fora Ibaneis”. A capital federal está com restrições no funcionamento do comércio e toque de recolher, entre 22h e 5h.