“Estamos próximos de crescimento do PIB entre 2,5% e 3%”, diz secretário
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, afirmou que a projeção do governo para o crescimento do PIB será revisada para cima
atualizado
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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse, nesta segunda-feira (3/7), que o governo deve elevar a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 2023, para algo em torno de 2,5% e 3%.
Hoje, a Fazenda prevê uma expansão de 1,91% para a economia brasileira, enquanto o Banco Central (BC) melhorou na semana passada sua projeção, de 1,2% para 2%.
Guilherme Mello e o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, representaram o ministro Fernando Haddad na reunião de instauração da Comissão Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, na sede da Fazenda. O titular da pasta cancelou a agenda desta segunda em função do falecimento da mãe, Norma Haddad.
Mello atualizou aos conselheiros o cenário macroeconômico do primeiro semestre de governo. “Algumas coisas se alteraram, grande parte delas para melhor”, iniciou o secretário.
“A perspectiva de crescimento do PIB subiu substancialmente. Desde o início do ano, nós, aqui do Ministério da Fazenda, temos dito que o crescimento seria maior do que aquele previsto pelo mercado”, afirmou.
“A realidade foi mostrando que nós tínhamos razão. E até o nosso cenário será revisado para cima, ainda tem de ser lançado um novo boletim, mas, certamente, hoje nós estamos mais próximos de uma realidade de um crescimento do PIB entre 2,5% e 3% neste ano”, prosseguiu o secretário.
Mello acrescentou que o otimismo com a economia brasileira era muito visível entre investidores estrangeiros, mas, nos primeiros meses de governo, havia muita desconfiança interna. “Hoje, eu acho que nós conseguimos, de alguma forma, virar esse jogo, superar essa desconfiança”, destacou.
O secretário citou diversas medidas e indicadores e salientou que o “pano fiscal” está construído e as condições estão dadas, inclusive com inflação em queda, para o ciclo de harmonização das políticas fiscal (conduzida pela Fazenda) e monetária (do Banco Central).
Integrantes do governo têm defendido que a autoridade monetária inicie o ciclo de corte da taxa básica de juros (Selic), hoje, em 13,75% ao ano.
Haddad diz que há “espaço consistente” para uma queda na taxa de juros
Comissão temática do Conselhão
A Comissão Temática de Assuntos Econômicos é um dos braços do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão. Além dos secretários da Fazenda, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participa da reunião de instalação da comissão.
Criado em 2003, no primeiro governo Lula (PT), o Conselhão é composto por representantes da sociedade civil, com grande número de empresários, e faz aconselhamento direto ao presidente da República, com recomendações para criação ou aperfeiçoamento de políticas públicas em diversas áreas.
O colegiado não teve muito destaque no governo de Dilma Rousseff (PT), mas passou por uma tentativa de renovação na gestão de Michel Temer (MDB), que chegou a reunir o grupo por algumas vezes para ouvir empresários e discutir ideias. O Conselhão foi extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em maio de 2019 e recriado no terceiro governo Lula.
Recentemente, a empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, e outros integrantes do colegiado divulgaram carta aberta na qual defendem a queda da Selic.