“Estamos preparados para enfrentar o PT”, diz Geraldo Alckmin
O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência participou de entrevista para o Canal Livre na madrugada desta segunda-feira (26/2)
atualizado
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O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o partido está preparado para enfrentar o PT nas eleições, seja contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou outro nome da legenda. “Estamos preparados para enfrentar o PT”, disse o tucano, durante entrevista para o programa Canal Livre, da Band, transmitida na madrugada desta segunda-feira (26/2).
Questionado se Lula teria direito de disputar a eleição, após condenação em segunda instância, Alckmin disse aguardar a decisão da Justiça. “Não sei qual será a deliberação do Judiciário”. Mesmo assim, o governador de São Paulo fez duras críticas à atual postura do PT. Disse que o partido estaria “desmoralizando instituições” em um momento em que o país precisa delas cada vez mais fortes.
Alckmin também voltou a chamar de “injustas” as acusações feitas pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), de que a prévia organizada pelo partido, presidido nacionalmente por Alckmin desde dezembro, seria uma “fraude”. Virgílio desistiu de disputar a indicação para a disputa presidencial contra Alckmin.Banco Central
Durante a entrevista, o tucano fez elogios ao atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Ao falar sobre a questão fiscal brasileira, Alckmin sinalizou que estaria disposto a manter a atual diretoria da instituição. “Eu até manteria essa diretoria. Acho o Ilan um cara muito bom”, disse.
O governador de São Paulo, ao falar sobre a crise brasileira, afirmou que a dificuldade é sobretudo de natureza fiscal. “Não é possível essa gastação de dinheiro público”, defendeu. “Eu entendo que o nosso problema macroeconômico é uma boa política fiscal.”
Privatizações
Sobre as privatizações de estatais brasileiras, o governador de São Paulo disse ser favorável. No entanto, cobra a fiscalização do processo e o embasamento por um marco regulatório robusto. Alckmin defendeu inclusive a privatização da Petrobras, com a ressalva de que “é preciso discutir a modelagem” do negócio.
Ele foi questionado no programa sobre como seria sua postura diante do tema privatização durante as eleições e em um eventual mandato como presidente. Os entrevistados lembraram da campanha de 2006, em que Alckmin se posicionou contra a privatização de estatais.
Em resposta, o governador de São Paulo disse não ter se posicionado contra, mas combateu a mentira, segundo ele, de seu então adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Meu adversário naquela época, o Lula, disse que eu iria privatizar o Banco do Brasil. Não iria e nem irei. Mas apoio a privatização em alguns momentos, pois o Estado não tem de ser empresário”, defendeu.
Segundo Alckmin, o governo não deve interferir nas ações demandadas pelo setor privado, dando lugar a privatizações, concessões e parcerias público-privadas (PPPs). O papel do Estado seria fundamental na fiscalização e na elaboração de um marco regulatório. Como exemplo, ele relembrou reportagens veiculadas neste ano apontando que concessionárias de rodovias aumentaram pedágios, mesmo sem cumprir contratos e entregar obras.
“As PPPs são boas ou ruins? Depende. Se tiver um marco regulatório e fiscalização, são boas”, argumentou, reforçando que essas parcerias são formas de trazer investimentos para o país e gerar empregos.