“Estamos perdendo tempo com Macron”, diz Helder Barbalho no Planalto
Em reunião com Bolsonaro, governador do Pará cobrou postura mais clara do governo em relação ao Fundo Amazônia
atualizado
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O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), reagiu à insistência do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em trazer para a reunião com governadores dos estados que integram a Amazônia Legal as divergências com o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron. Para o emedebista, o mandatário da República dá muita importância ao assunto enquanto o foco teria que ser a busca de soluções para um problema doméstico: a preservação da floresta.
“Nesse momento, todos aqui estamos com o intuito único que é encontrar soluções e dividir responsabilidades. Primeiro, acho que estamos perdendo muito tempo com Macron. Acho que temos que cuidar do nosso país e tocar a vida, estamos dando muita importância para esse tipo de comentário, não desprezando a importância econômica que a França possa ter”, disse o governador, logo após uma fala alarmista de Bolsonaro que expressava temor de uma “internacionalização” da Amazônia.
O político paraense alertou para as dificuldades enfrentadas pelo agronegócio devido à má imagem do Brasil no exterior em relação à política ambiental. “Agora, temos que cuidar dos nossos problemas e sinalizar para o mundo a diplomacia ambiental, que é fundamental para o agronegócio. Senão vamos ter um prejuízo severo de imagem, fato que já tem causado preocupação para todos”, frisou.
Fundo Amazônia
O governador do Pará também se dirigiu ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cobrando manifestação mais clara do governo em relação ao Fundo Amazônia, reserva de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a ações de preservação do bioma. Em manifestações anteriores, o governo admitiu a possibilidade de extinção do fundo.
“Por uma comunicação, que pelo que acabei de lhe ouvir, parece muito diferente da narrativa que foi colocada no nascedouro dessa crise internacional. Porque onde foi que começou? Se vai continuar, não vai continuar. Se nós temos ciência de que o Fundo Amazônia é importante, queremos apenas rever as prioridades e, eventualmente, em paralelo, ver o que foi feito, já é uma demonstração, a nível global, de que temos absoluta serenidade”, ponderou Helder Barbalho.