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“Estado Brasileiro é Robin Hood ao contrário”, diz Boulos no Roda Viva

Líder do MTST, pré-candidato pelo PSOL defendeu a transformação de imóveis abandonados em moradias populares

atualizado

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1 de 1 guilherme boulos MTST PSOL - Foto: Divulgação

Pré-candidato pelo PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos foi o entrevistado desta segunda-feira (7/5) do programa Roda Viva, da TV Cultura. Ao canal, o socialista defendeu a moralização do judiciário, começando com o fim de privilégios exclusivos de magistrados, como o pagamento de auxílio-moradia para quem tem imóvel próprio na comarca em que trabalha.

“O Estado brasileiro hoje funciona como se fosse um Robin Hood ao contrário”, disparou Boulos, em referência ao personagem dos contos infantis que rouba dos ricos para dar aos pobres.

Lider do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos criticou decisões do governo Temer e afirmou que as medidas do presidente estão na contramão do que se espera para solucionar uma crise. “O maior erro num momento como este é cortar investimentos. Se você corta, isso vai gerar mais desemprego, menos renda na sociedade e vai reduzir a arrecadação no ano seguinte. O ajuste gera um desajuste fiscal. É isso que vimos acontecer desde 2015 e o governo atual só aprofundou”, critica.

Sobre a questão da moradia, ele ressaltou que seu governo apostaria na transformação de imóveis abandonados em casas populares. O tema ganhou destaque na mídia depois do incêndio que levou ao desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, há uma semana.

Questionado sobre os desafios de governar sem o apoio do mercado, Boulos foi taxativo: “Política, para mim, não é carreira. É desafio e ousar. Só faz sentido ser candidato à Presidência se for para vir aqui, falar o que eu acredito e defender o povo brasileiro”.

Reforma política
Se eleito, o socialista pretende, inicialmente, tomar algumas medidas que considera mais urgentes: a primeira seria uma profunda reforma política, dando fim ao financiamento público e com maior transparência e representatividade na política. “Para atender o que o povo mais precisa na ponta, e esse dinheiro tem que vir de quem não contribui hoje, só retiram: os grandes bancos e empresas”.

Boulos defendeu a retirada do que chamou de “privilégios” em uma eventual reforma tributária. “Se você resolve alugar uma casa, você vai pagar 27% de imposto. Se você, ao invés disso, tem mais condições e monta uma imobiliária para alugar 30 casas de uma vez, você vai pagar 11%. Agora, se você monta um fundo imobiliário, você paga 1% de imposto. É injustiça tributária”, disse.

O pré-candidato ao Planalto aproveitou para defender o socialismo como sistema político-econômico para o país. O presidenciável também destacou avanços nas áreas de educação e saúde em governos socialistas e criticou o capitalismo. “Da mesma forma que todas as experiências do socialismo tiveram seus limites, e nós temos que ter senso crítico pra lembrar isso aqui. Todas as experiências capitalistas no mundo tem seus limites, que é uma desigualdade brutal. O capitalismo é como se fosse uma corrida de 100 metros e algumas pessoas saem 50 metros na frente.” (Com informações da Agência Estado)

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