Escrevente diz ter feito minuta do sítio em que Lula aparece como dono
Documento foi apreendido no apartamento do ex-presidente pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato
atualizado
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O escrevente João Nicola Rizzi afirmou nesta quarta-feira (21/2) ter feito a minuta de escritura de compra e venda do sítio em que o ex-presidente Lula e a falecida ex-primeira-dama Marisa Letícia aparecem como compradores do imóvel. O documento foi encontrado na casa do petista em São Bernardo do Campo.
Rzzi confirmou depoimento que já havia prestado à força-tarefa. Ele diz ter feito o documento a pedido do advogado Roberto Teixeira. O escrevente ainda relatou ter elaborado, atendendo a nova solicitação do compadre do ex-presidente, outra minuta, em que o nome dos compradores ficaria em branco.
Pela minuta, o sítio seria adquirido pelo petista em julho de 2012. Oficialmente, o Santa Bárbara pertence aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna. Segundo a defesa de Lula, os empresários compraram a propriedade para oferecer como uma área de descanso ao ex-presidente. Lula afirma que soube do sítio no dia 15 de janeiro de 2011. Ele esteve na propriedade 111 vezes.
Segundo o documento, Lula pagaria R$ 200 mil no ato e R$ 600 mil em três prestações. Chamou a atenção dos investigadores o fato de que o contrato mostra como vendedor apenas Fernando Bittar. O nome de Suassuna não consta do documento.
Denúncia. O caso envolvendo o sítio resultou na terceira denúncia contra Lula na Lava Jato. Segundo a acusação, Odebrecht, OAS e Schahin, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras no sítio em troca de contratos com a Petrobrás. O imóvel foi comprado no fim de 2010, quando Lula deixava a Presidência.