“Erro das Forças Armadas foi permitir entrada de ônibus no QG”, diz Múcio
Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, se os militares não tivessem permitido a entrada dos veículos, o problema teria sido da PMDF
atualizado
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O ministro da Defesa, José Múcio, disse, nesta terça-feira (24/1), que um dos erros das Forças Armadas nos atos terroristas de 8 de janeiro – que acabaram com a destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília – foi permitir a entrada de mais de 140 ônibus após ameaças por parte dos extremistas.
Segundo o ministro, se os militares não tivessem permitido a entrada dos veículos, o problema teria sido apenas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). “Se tivéssemos impedido [a entrada dos ônibus], talvez hoje não estivéssemos falando sobre isso. Houve uma série de erros que, infelizmente, nos machucam até hoje. Todos terão de pagar”, disse Múcio, em entrevista à Globo News.
“Se você perguntar qual foi o erro, que é uma ótima pergunta, foi ter-se permitido que as pessoas que vieram nos 130 ônibus para Brasília pudessem entrar no acampamento. Se tivessem ficado do lado de fora, numa praça qualquer, o problema era do GDF [Governo do Distrito Federal]. Como entrou no território do Exército, parece que aqueles 200 se multiplicaram, viraram 5 mil e aconteceu aquela vergonha”, acrescentou o ministro da Defesa.
Durante a fala, o chefe da Defesa ainda voltou a tocar no teor das manifestações, que, em declarações passadas, Múcio classificou como “democráticas”. Ele disse que não se arrepende.
Em 2 de janeiro, o ministro minimizou os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que protestavam contra o resultado das eleições que elegeram Lula. “Aquelas manifestações nos acampamentos, eu tenho parentes lá, é uma manifestação da democracia. A gente tem que entender que nem todos os adversários são inimigos”, disse à época.
“Quando eu disse ‘democráticos’, [eu quis dizer que], se eu vim para conversar, não podia dizer ‘vou discutir com bandidos, com vândalos’. Eu tinha que criar um link qualquer para criar um vínculo de confiança. Não me arrependo, não”, reafirmou o ministro durante a entrevista.