Ernesto Araújo diz que agronegócio é vítima de imagem distorcida
Em audiência na Câmara, o ministro disse ainda que governo investe no Mercosul como ferramenta importante de negociação com outros países
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta quarta-feira (29/05/2019) que o agronegócio brasileiro é alvo de uma campanha difamatória internacional. O objetivo, na avaliação do diplomata, é minar a competitividade dos produtos comercializados pelo país.
Em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, ele disse que o Brasil corre o risco de enfrentar barreiras protecionistas motivadas por “pretextos ambientais”.
“O Brasil encontra barreiras oriundas de percepções equivocadas e manipuladas. Em muitos casos, nosso agronegócio é atacado para que seja minada a competitividade de nossos produtos”, disse o ministro. “Foi criada uma imagem distorcida e incorreta sobre o agronegócio brasileiro”, prosseguiu.
Diante desse problema, o ministro disse que a diplomacia brasileira precisou passar da questão técnica para “mostrar a imagem real do agronegócio”. “A dimensão do meio ambiente é sempre utilizada para tentar prejudicar a agricultura brasileira”. “Buscamos desarmar esta armadilha que, muitas vezes, transforma em pretexto para frear o desenvolvimento”, argumentou.
Mercosul
Araújo disse ainda que o governo trata o Mercosul como um instrumento importante de relação com parceiros comerciais e se mostrou confiante de que o bloco comercial formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, concluirá suas negociações com a União Européia, Canadá e Coréia do Sul neste ano.
“O governo brasileiro está comprometido com um processo de modernização do Mercosul. Trata-se de uma plataforma eficiente de negociação com os maiores mercados do mundo”, disse o ministro, contrariando declarações anteriores de que o bloco representava um obstáculo a negociações com os Estados Unidos.
“Há um esforço renovado para a conclusão do acordo com a União Européia, negociado há vinte anos”, disse o ministro. Ele ressalvou que havia resistência da França mas que tanto o país europeu quanto os quatro países do bloco estão dispostos a chega a um acordo comercial.