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Era o Nixon que “grampeava todo mundo”, diz Dilma rebatendo Moro

A presidente criticou atuação do juiz federal Sérgio Moro e o suposto vazamento ilegal de interceptações telefônicas

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Dilma Rousseff
1 de 1 Dilma Rousseff - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar, nesta sexta-feira (18/3), a interceptação de uma conversa telefônica sua com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato. Em discurso, Dilma rebateu a referência feita pelo juiz Sérgio Moro ao escândalo de Watergate, no Estados Unidos, que culminou com a renúncia do então presidente Richard Nixon, em 1974.

“As situações são bem diferentes porque lá era o presidente que grampeava todo mundo. Este exemplo só mostra que nem mesmo um presidente pode grampear (ligações) sem autorização”, afirmou, durante evento de entrega de residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Feira de Santana (BA).

Dilma afirmou que o grampo da Presidência da República, sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), é um fato grave e fere a Lei de Segurança Nacional, como ocorre em todas os países democráticos. “O problema do grampo não é por ser comigo, a Dilma, mas por eu ser a Presidenta do Brasil”, destacou, afirmando que tomará as providências cabíveis de modo a garantir também os direitos individuais de toda a população. “Qualquer brasileiro tem direito às mesmas garantias e proteção”, disse. “Se qualquer um for grampeado, ninguém terá direito de cidadania no País”, acrescentou.

Dilma relembrou que apesar de ocupar a cadeira da Presidência atualmente, chegou a ser presa por três anos durante a década de 1970. “Hoje, qualquer um pode ir às ruas, criticar, dizer o que pensa e se expressar livremente”, afirmou, defendendo a manutenção dos valores democráticos e criticando a politização de instituições jurídicas e policiais.

Politização da Justiça
A presidente aproveitou o evento para criticar a politização em ações de investigação no Brasil. “O meu governo garantiu a autonomia para a Polícia Federal investigar quem fosse necessário, o meu governo respeita o Ministério Público e respeita o Judiciário. Agora, nós consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos”, disse.

“Nada, nem ninguém, pode defender uma justiça ou um a polícia que seja a favor de além por critério político”, afirmou. Em seu discurso, ela também destacou que membros do Judiciário e do Ministério Público têm prerrogativas que garantem sua isenção para que não sofram pressões.

Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil

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