Equipe de segurança de Lula avalia desfile em carro blindado na posse
Lula se reúne com sua equipe de segurança ainda nesta segunda (26/12), em Brasília, para discutir se aceita desfilar em veículo blindado
atualizado
Compartilhar notícia
A equipe que cuida da posse presidencial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está analisando a possibilidade do petista desfilar em um carro blindado no dia 1º de janeiro de 2023. O assunto será tema de uma reunião na tarde desta segunda-feira (26/12), em Brasília.
De acordo com o entorno de Lula, está sendo estudada a chance do desfile ocorrer em um carro fechado e blindado por riscos contra a vida do presidente. Na última semana a tentativa de detonar explosivos próximo ao Aeroporto de Brasília preocupou a equipe do petista.
Por tradição, os presidentes eleitos desfilam no Rolls-Royce Silver Wraith de 1952, que é um automóvel conversível. O carro levou à posse todos os presidentes desde Getúlio Vargas, que foi o ex-mandatário do país que ordenou a compra. No início de dezembro, a futura primeira-dama Janja da Silva afirmou que o Rolls-Royce foi danificado na posse de Bolsonaro e o uso do veículo seria avaliado.
Em Brasília desde a manhã desta segunda-feira, Lula se reúne com sua equipe de segurança ainda nesta tarde, no Hotel Meliá Brasil 21, região central de Brasília, para discutir sobre a possibilidade da utilização do carro blindado. Mesmo que a preocupação com a integridade seja alta, o petista, por sua vez, está resistente ao desfile fechado.
Doze chefes de Estado confirmam presença
O embaixador Fernando Luis Lemos Igreja afirmou que 12 chefes de Estado estão confirmados para a posse Lula.
O presidente da Alemanha, Frank Walter Steinmeier; os presidentes da Argentina (Alberto Fernández), Angola (João Lourenço), Bolívia (Luis Arce), Cabo Verde (João Maria Neves), Costa Rica (Rodrigo Chaves), Guiné Bissau (Umaro Sissoco Embaló), Timor Leste (José Ramos-Horta), Chile (Gabriel Boric), Colômbia (Gustavo Petro), Portugal (Marcelo Rebelo de Souza) e o rei da Espanha, Felipe VI, confirmaram presença.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, também foi convidado, mas ainda não se manifestou. Autoridades venezuelanas não deverão participar, devido ao decreto feito por Jair Bolsonaro em 2019 que impede o alto escalão do país de entrar no Brasil.
Bombas por Brasília
Faltando menos de uma semana para o grande evento de posse do presidente eleito, explosivos foram encontrados em duas regiões de Brasília, capital federal. No sábado, as forças policiais interceptaram a tentativa de detonação de uma bomba em um caminhão de querosene no Aeroporto de Brasília.
O empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, que planejava cometer atentados em Brasília, disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que estava “preparado para matar ou para morrer”.
O empresário foi preso com arsenal composto por armas e explosivos, na noite de sábado (24/12), véspera de Natal. Em depoimento, ele afirmou que veio para a capital federal “preparado para guerra” e que aguardava uma “convocação do Exército”, pois é um “defensor da liberdade”.
George declarou à PCDF que “pegou em armas para derrubar o comunismo”. Pontuou ainda que tinha intenção de distribuir armamentos para grupos acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.
“A minha ida a Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs [caçadores, atiradores e colecionadores] que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”, afirmou.
No dia 25, após uma denúncia de suspeita da existência de um arsenal abandonado, o esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais da PMDF realizou no Gama procedimentos técnicos e confirmou se tratar de explosivo. Em seguida, fez a detonação controlada do material por volta das 22h30.
A Polícia Civil do DF ainda vai investigar a origem do material e as circunstâncias em que ele foi deixado no local. Ainda não se sabe se esse episódio tem relação com a tentativa de atentado ao Aeroporto de Brasília.