Equipe de confiança de Jungmann inclui ex-presidente do Banco Central
Dentro do Ministério da Segurança Pública, Armínio Fraga ajudará na interlocução com o setor empresarial
atualizado
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O novo ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, apresentou nesta quarta-feira (28/2) seus “homens de confiança” em sua primeira entrevista após assumir a pasta recém-criada. Entre eles estão o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que assumirá a Secretaria-Executiva, o economista Flávio Basílio e Armínio Fraga (foto em destaque), ex-presidente do Banco Central, o qual ajudará na interlocução com o setor empresarial. Rogério Galloro, anunciado por Jungmann como novo diretor da Polícia Federal nessa terça-feira (27), não participou do evento porque ainda não assumiu o cargo.
Nesta quarta, Jungmann começou sua fala, mais uma vez, defendendo um sistema único voltado para a segurança pública. “O ministério é o primeiro passo para esta luta, que é a universalização pelo direito de segurança”. Como primeiras medidas, informou que serão colocados mais 2 mil policiais patrulhando as rodovias e 20 novos delegados para combater a corrupção, além de anunciar concurso público para policiais federais e rodoviários.
Com orçamento de R$ 2,7 bilhões, segundo Jungmann, a nova pasta será responsável por integrar os serviços de segurança em todo o território nacional e comandar as polícias Federal e Rodoviária Federal, além do sistema penitenciário nacional. “Nós temos que escolher se nós vamos concordar com a criminalidade ou se temos de enfrentar. E nós vamos enfrentar”, afirmou o ministro.
Como o ministério ainda não tem sede, ele disse que é um “sem-teto”. “Se demorar muito, vamos ter de alugar um trailer”, brincou. Jungmann também afirmou haver convites para seguirem no Ministério da Justiça, para ocuparem endereço da PF ou, ainda, um centro do Banco do Brasil.
Por MP
O Ministério da Segurança Púbica foi criado por meio de uma medida provisória. Isso significa que já está valendo desde terça-feira (27/2), quando o texto foi publicado no Diário Oficial da União. Jungmann tomou posse no mesmo dia e já começou a fazer mudanças.
Também nesta terça, ele anunciou a troca no comando da Polícia Federal. Fernando Segovia deixou a direção-geral da corporação, dando lugar ao ex-secretário Nacional de Segurança Pública, delegado Rogério Galloro.
A troca do comando da Polícia Federal teria sido determinada por um caráter mais político que punitivo – Segovia estava se envolvendo em polêmicas com a imprensa e dentro da própria polícia. No entanto, a decisão do ministro de afastá-lo, supostamente, foi motivada pela vontade de Jungmann: contar com seus próprios homens.
“Ao assumir a pasta, eu pedi a liberdade para formar a minha equipe, e foi isso que o presidente Michel Temer me deu. A troca foi motivada pela minha admiração e amizade com o Galloro, e eu preciso disso, desse alinhamento de pensamento”, afirmou.
Vale lembrar que o Congresso Nacional terá até 120 dias para aprovar, rejeitar ou mesmo modificar a medida provisória responsável pela instauração do ministério. Caso a matéria não seja analisada em quatro meses, ela perderá validade.