Enquanto Cunha se defendia, clima era de festa nos corredores da Casa
A movimentação organizada pelos candidatos à presidência da Casa é para tentar convencer os pares na votação desta quarta (13/7)
atualizado
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Enquanto Eduardo Cunha fazia sua defesa na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, os outros deputados estavam em clima de festa pela campanha eleitoral nesta terça-feira (12/7). Balões, mulheres distribuindo panfletos e santinhos e várias equipes gravando as propagandas eram vistos pelos corredores. A movimentação organizada pelos candidatos à presidência da Casa é para tentar convencer os pares na votação desta quarta (13/7). O deputado Rogério Rosso (PSD), único político do DF que disputará a vaga, aposta na propaganda virtual. Mandou fazer uma arte e um vídeo com suas propostas.
No dia que antecede a votação, Rosso passou a maior parte do dia reunido com aliados, fechando acordos, prevendo os votos que conquistará no Plenário e tirando fotos nos corredores do Congresso. Nos bastidores da Casa, a vitória de Rosso era dada como certa até os parlamentares, incluindo Rosso, serem surpreendidos com a indicação de Marcelo Castro (PMDB/PI).Logo depois de o nome de Castro ter sido escolhido pelo partido do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), Rosso se reuniu com os parlamentares do PSD. Fez contas e previu que o adversário terá mais de 100 votos. Quando questionado sobre os votos que deve conquistar, Rosso desconversou.
Até o fim da tarde desta terça, 13 candidatos já haviam registrado a candidatura para concorrer à vaga. “Quando temos muitos candidatos, os votos são divididos e fica mais difícil. Agora está tudo imprevisível. Sobre o Marcelo Castro, ele tem votos de todos os partidos, é bem querido entre os deputados”, disse Rosso.
Alianças
Com o novo cenário, Rosso não descarta alianças com outros partidos para conseguir uma boa votação nesta quarta. Ele, inclusive, terá reuniões com integrantes do PSDB antes da sessão que vai escolher o novo presidente.
Outra estratégia de Rosso é tentar desvincular o nome dele ao de Eduardo Cunha (PMDB), de quem é aliado e foi indicado para presidir a Comissão Especial do impeachment. Não vai negar a relação, mas, segundo os aliados, tentará passar a imagem de independência com relação a Cunha. A relação dos dois é criticada entre vários parlamentares. No fim da tarde, ao conversar com jornalistas, Júlio Delgado (PSB) deixou claro que não votaria em Rosso, por ele ter “o carimbo de Cunha”.