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Empurrado por Bolsonaro, PSL ganha 4 vezes mais filiados do que rivais

Foram 13,6 mil adesões no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
LANÇAMENTO DA CANDIDATURA DE JAIR BOLSONARO PARA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
1 de 1 LANÇAMENTO DA CANDIDATURA DE JAIR BOLSONARO PARA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. - Foto: JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Com apenas oito deputados federais, o nanico Partido Social Liberal (PSL), que abriga a candidatura do deputado Jair Bolsonaro, ganhou quatro vezes mais filiados do que os rivais na corrida ao Palácio do Planalto. Foram 13,6 mil adesões no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contra pouco mais de 3 mil filiações ao PT e à Rede cada; no PDT, o resultado foi de 1.501.

Considerando todos os partidos com registro no País, o PSL respondeu por 14% das 95 mil filiações no período. Analistas afirmam que o descontentamento com PT, PSDB e MDB, que dominam a política nacional desde 1994, aliado ao surgimento de fenômenos populares, como Bolsonaro, explicam esse cenário.

Empurrado por essa onda, o PSL tenta aproveitar para crescer mais – e não só no número de filiados, cujo total chega agora a 241.456, ainda longe de PT (1.589.377) e PSDB (1.460.958), por exemplo.

O partido lançou 13 candidatos para governos estaduais no pleito de outubro. A estratégia fortalece o seu presidenciável, que ganha palanques durante a campanha, mas também favorece candidatos regionais que aproveitam a popularidade do militar da reserva para ganharem notoriedade.

Para o cientista político Emerson Cervi, da UFPR, o momento político brasileiro leva ao crescimento das filiações a partidos menores. “Os números corroboram a possibilidade de fim de um ciclo”, diz ele. “É o ciclo iniciado em 1994 e que estabeleceu PSDB, PT e o hoje MDB no controle da política nacional. Esses anos fizeram esses partidos crescerem, mas as eleições de 2014 e 2016 já deram sinais de enfraquecimento. É possível que 2018 traga mais sinais desse enfraquecimento.”

Ele acrescenta que o crescimento no número de filiados também tende a beneficiar o partido para além da disputa envolvendo sua principal figura. “O crescimento do PSL pode ter mais a ver com uma estratégia eleitoral do que necessariamente de adesão ao programa do partido. O programa do PSL está em outros partidos de direita, inclusive maiores. O que o partido fez foi se estruturar para as eleições de 2018. Conseguiu um candidato forte, de visibilidade, se aproveitou do desgaste dos grandes partidos, e com isso tudo junto pôde fortalecer as candidaturas regionais”, afirma o cientista político.

Conheça os nomes do PSL que vão concorrer nos estados em 2018:

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<strong>Alagoas:</strong> o estado também dará palanque a Jair Bolsonaro. O nome que concorrerá ao Palácio Floriano Peixoto é Josan Leite Pereira Barros, 48 anos. Engenheiro que um dia foi líder estudantil e ocupou cargo de diretor do Clube de Engenharia do estado, ele precisará de um desempenho melhor do que quando tentou ser vereador, em 2016. Na ocasião, obteve 2.033 votos, ficando na 51ª colocação e sem uma cadeira na Câmara  Municipal de Alagoas
<strong>Amapá:</strong> nascido na capital, Macapá, o servidor público Antonio Cirilo Fernandes Borges, 51 anos, foi candidato, entre 2008 e 2014, a vereador (PSol e PTB), deputado federal (PTB) e estadual (PPS). Não conseguiu se eleger em nenhuma das vezes. Cirilo Fernandes é formado em administração, com especialização em formação política para cristãos pela PUC-RJ.  
 
No estado, terá a forte concorrência do atual governador e candidato à reeleição, Waldez Goés, (PDT) e do senador João Capiberibe (PSB)
<strong>Ceará: </strong>mestre em direito internacional pela Universidade de  Heidelberg, na Alemanha, o advogado e professor Hélio Góis, 45 anos, dará apoio a Jair Bolsonaro em uma capital que, desde 2007, é comandada por partidos progressistas, como PSB e PT, além de ser um reduto dos irmãos pedetistas Ciro e Cid Gomes. Hélio Góis tem como pilares: fortalecimento da família, ampliação do tamanho da iniciativa privada no estado e redução dos impostos
<strong>Espírito Santo:</strong>o deputado federal Carlos Manato, 61 anos, será uma das vozes de Jair Bolsonaro no Espírito Santo. Formado em medicina, Manato tem especialização em ginecologia e obstetrícia. Atua como parlamentar na Câmara há quatro mandatos. No Congresso, o político votou favoravelmente a PEC do Teto dos Gastos públicos, ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ao processo de abertura de investigação contra o presidente Michel Temer. Ele ainda se posicionou contrariamente à reforma trabalhista
<strong>Maranhão:</strong> famoso por ser um reduto da família Sarney, no Maranhão a voz do PSL é Maura Jorge Alves de Melo Ribeiro. A advogada de 55 anos foi deputada estadual pelo PFL por quatro mandatos e conseguiu também uma vaga quando integrava o PDT. Ela sofreu investigação por peculato e improbidade administrativa, sendo absolvida em ambos os casos. Maura Jorge já foi prefeita de Lago da Pedra, município onde nasceu
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Acre: o coronel Ulysses Freitas Pereira de Araújo, 45 anos, é o nome do PSL para concorrer ao governo. O militar, que chegou a ocupar o posto de subcomandante da PM-AC, tem como desafio derrubar as sucessivas gestões petistas no estado, vitoriosas há 20 anos. Ulysses é formado em direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), bacharel em Segurança Pública e Defesa Social pela Universidade Estadual do Pará (UEPA) e pós-graduado pela Universidade Cândido Mariano em Direito Civil, Direito Penal e Processual Militar. Ele também possui especializações diversas em países como Israel, Estados Unidos, França e Itália

Divulgação/PSL
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Alagoas: o estado também dará palanque a Jair Bolsonaro. O nome que concorrerá ao Palácio Floriano Peixoto é Josan Leite Pereira Barros, 48 anos. Engenheiro que um dia foi líder estudantil e ocupou cargo de diretor do Clube de Engenharia do estado, ele precisará de um desempenho melhor do que quando tentou ser vereador, em 2016. Na ocasião, obteve 2.033 votos, ficando na 51ª colocação e sem uma cadeira na Câmara Municipal de Alagoas

Arquivo Pessoal
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Amapá: nascido na capital, Macapá, o servidor público Antonio Cirilo Fernandes Borges, 51 anos, foi candidato, entre 2008 e 2014, a vereador (PSol e PTB), deputado federal (PTB) e estadual (PPS). Não conseguiu se eleger em nenhuma das vezes. Cirilo Fernandes é formado em administração, com especialização em formação política para cristãos pela PUC-RJ. No estado, terá a forte concorrência do atual governador e candidato à reeleição, Waldez Goés, (PDT) e do senador João Capiberibe (PSB)

Divulgação
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Ceará: mestre em direito internacional pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, o advogado e professor Hélio Góis, 45 anos, dará apoio a Jair Bolsonaro em uma capital que, desde 2007, é comandada por partidos progressistas, como PSB e PT, além de ser um reduto dos irmãos pedetistas Ciro e Cid Gomes. Hélio Góis tem como pilares: fortalecimento da família, ampliação do tamanho da iniciativa privada no estado e redução dos impostos

Arquivo pessoal
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Espírito Santo:o deputado federal Carlos Manato, 61 anos, será uma das vozes de Jair Bolsonaro no Espírito Santo. Formado em medicina, Manato tem especialização em ginecologia e obstetrícia. Atua como parlamentar na Câmara há quatro mandatos. No Congresso, o político votou favoravelmente a PEC do Teto dos Gastos públicos, ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ao processo de abertura de investigação contra o presidente Michel Temer. Ele ainda se posicionou contrariamente à reforma trabalhista

Wilson Dias/Agência Brasil
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Maranhão: famoso por ser um reduto da família Sarney, no Maranhão a voz do PSL é Maura Jorge Alves de Melo Ribeiro. A advogada de 55 anos foi deputada estadual pelo PFL por quatro mandatos e conseguiu também uma vaga quando integrava o PDT. Ela sofreu investigação por peculato e improbidade administrativa, sendo absolvida em ambos os casos. Maura Jorge já foi prefeita de Lago da Pedra, município onde nasceu

Divulgação
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Paraná: advogado, Ogier Alberge Buchi, 67, anos, será um dos braços do militar reformado no estado do Paraná. Ele foi candidato ao governo em 2014 pelo PRP, somando 50.446 votos, o equivalente a 0,85% do total. Buchi é apresentador de TV e atuou como diretor de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Um nome que fortalece a sua candidatura e a de Bolsonaro no estado é a do deputado federal Delegado Francischini, que tentará o Senado em 2018

Divulgação
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Piauí: empresário e jornalista, Fábio Sérvio, 39 anos, afirma em seu site oficial que, ao lado de Jair Bolsonaro, defende valores conservadores e da “direita”. Diz que é perseguido no estado, “dominado” pelo Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2003. “O Piauí é a Venezuela do Brasil, experiência máxima do PT no Brasil”, ataca o candidato. Sobre Bolsonaro, ele afirma: “Inaugura no país uma nova forma de fazer política, sem maquiagem, de posicionamento simples e falando não o que a população quer, mas precisa”

Arquivo pessoal
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Rondônia: outro militar confirmado no palanque de Jair Bolsonaro é o coronel da Polícia Militar de Rondônia Marcos Rocha. Carioca, ele dirigiu a Escola Militar Tiradentes, em Porto Velho, e também foi secretário municipal de educação. O coronel também chegou a ocupar o cargo de secretário estadual de Justiça

Divulgação/Sejus
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Roraima: o pecuarista goiano Antonio Oliverio Garcia de Almeida, 54 anos, será o porta-voz de Jair Bolsonaro em Roraima. Antonio Denarium, como é conhecido, gere atividades no setor de agronecócios, na criação de bovinos e no setor imobiliário. Ele também foi gerente do extinto banco Bamerindus em Roraima

Divulgação/PSL
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Divulgação/PSL
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Sergipe: derrotado nas eleições para prefeito de Aracaju em 2016, pelo PMN, e a deputado estadual (PV) em 2010, o empresário e comerciante João Tarantella, 56 anos, tentará novamente um cargo eletivo

Divulgação
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Tocantins: formado em direito, e policial federal em Brasília, César Roberto Simoni, 59 anos, é o nome do PSL para o governo do Estado do Tocantins. Em sua primeira eleição, o policial reformado e ex-promotor de Justiça tentará brigar por espaço

Arquivo pessoal

Conservador
O consultor empresarial Marcelo Machado, de Brasília, é um dos novos filiados ao PSL. É o primeiro partido ao qual ele se filia e a escolha, diz ele, tem a ver com propostas de Bolsonaro.

Aos 52 anos, com 15 na atual atividade profissional, ensino superior incompleto e três anos vividos nos Estados Unidos, ele até pensou em disputar um cargo no pleito de outubro. Com o apoio de um amigo que, segundo ele, queria vê-lo candidato, filiou-se em abril, mas não será candidato desta vez. “Conservador e de direita”, como se declara, ele diz ter sido recebido por Bolsonaro em seu gabinete há alguns anos.

“Eu notei o Bolsonaro em 2005, quando ele levou para a Câmara um saco de lixo com a estrela do PT para chamar atenção para o mensalão”, afirma Machado, que diz apoiar as principais propostas do presidenciável.

Entre elas, estão a venda de negócios da Petrobras nas áreas de refino e transporte de óleo e gás, a diminuição para 16 anos da maioridade penal e a revisão do Estatuto do Desarmamento – conforme programa de governo apresentado por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral.

“Quando existe uma figura popular, que causa certa comoção e está à frente nas pesquisas, é natural que isso atraia filiações”, diz a cientista política Lara Mesquita, da FGV. “O que acontece com o PSL e o Bolsonaro neste ano é o que poderia ter acontecido em 2014 com o PSB e Marina Silva, que também ia bem nas pesquisas. Mas, naquele caso, o crescimento do PSB (ganhou pouco mais de mil novos filiados no primeiro semestre do ano, 0,1% a mais em seu quadro) não foi tão significativo porque o partido é maior e, desde o início, estava dito que era uma filiação temporária, já que Marina estava tentando fundar seu partido (Rede).”

Em 2014, antes da minirreforma eleitoral que mudou o prazo limite de filiações partidárias para até seis meses antes do dia da eleição, o TSE registrou 67 mil novas filiações ao todo. Mas os partidos dos quatro principais candidatos à Presidência à época – Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB) e Luciana Genro (PSOL) – registraram só 0,4% de crescimento (2.400) em seu número de filiados.

Em 2010, quando PT (de Dilma), PSDB (de José Serra), PV (de Marina) e PSOL (de Plínio de Arruda Sampaio) dominaram a corrida, houve 14% de crescimento – explicado, em parte, pela mudança nas regras para divulgação da lista de filiados por parte dos partidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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