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Empresário diz ter pago propina a amigo de Temer por contrato no Aeroporto JK

Marcelo Castanho disse à PF que deu propina ao coronel Lima para operar painéis de propaganda no terminal de Brasília

atualizado

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lima filho
1 de 1 lima filho - Foto: Reprodução

O dono da empresa Alumi Publicidade, Marcelo Castanho, complicou a situação do coronel Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer (MDB), no âmbito do Inquérito dos Portos. A investigação apura suposto favorecimento de empresas do setor portuário por meio da edição de decreto por parte do emedebista.

Segundo matéria do Jornal Nacional, Castanho depôs à Polícia Federal em 13 de julho e apresentou comprovantes de pagamentos feitos a Lima Filho. Em troca de R$ 1 milhão, repassados ao amigo do presidente, o empresário assinou contrato para operar os painéis publicitários do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. A negociata teria ocorrido em 2014.

De acordo com a reportagem, Marcelo Castanho contou à PF que, para assumir o negócio, deveria repassar o valor integralmente à Argeplan – a empresa tem Lima Filho como um dos sócios. A orientação partira de Rodrigo Castro Neves, próximo de José Antunes Sobrinho, então presidente da Inframerica, responsável pelo aeroporto. Castanho, segundo sua versão, disse que não faria qualquer depósito sem nota fiscal ou contrato para justificar o dinheiro.

Assim, dias depois, ele teria recebido um e-mail de orientação do próprio presidente da Inframerica, recomendando que resolvesse o problema com o “doutor Lima”. Depois, ao receber o contrato, notou que ali constava o nome de outra empresa, PDA – Projeto e Direção Arquitetônica, cuja propriedade é de Lima Filho e de sua mulher, Maria Rita Fratezi.

Conforme a reportagem, a qual teve acesso à troca de e-mails que Castanho encaminhou à Polícia Federal, o empresário também entregou aos federais documentos capazes de atestar o depósito de R$ 469.250, realizado em 17 de outubro de 2014, e de outros R$ 622.225, em 3 de novembro de 2014, em uma conta bancária da PDA no banco HSBC.

Castanho negou conhecer Lima Filho pessoalmente e disse que a PDA chegou a fazer um projeto para o negócio, mas ele não foi usado por ter sido entregue depois de os painéis de publicidade já estarem instalados. Segundo o empresário, “não fosse a exigência da Inframerica, nunca teria contratado a PDA”. Ele também afirmou não saber o destino do dinheiro repassado a Lima Filho. A Polícia Federal investiga se o valor de um R$ 1 milhão foi entregue pelo coronel ao presidente Michel Temer.

Outro lado
Lima Filho é um dos investigados no Inquérito dos Portos e chegou a ser preso em março deste ano (foto em destaque). A PF suspeita que ele seja um operador de propina do presidente Temer. Tanto a defesa de Temer quanto a do coronel negaram envolvimento no caso e todas as acusações. Ao JN, a Inframerica declarou que tem um contrato de cessão de espaço com a empresa Alumi, mas nunca contratou a PDA e nega as alegações.

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