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Empresário diz à PF que coronel Lima arrecadava dinheiro para Temer

A informação pode corroborar com depoimentos dos irmãos Batista. Eles afirmam que o amigo do presidente captava verbas para campanha

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Michel Temer/Rafaela Felicciano/Metrópoles
Michel Temer
1 de 1 Michel Temer - Foto: Michel Temer/Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em depoimento à Polícia Federal no início de abril, após a deflagração da Operação Skala, o empresário Gonçalo Torrealba, proprietário do Grupo Libra, afirmou que o coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho arrecadava dinheiro para campanhas eleitorais do presidente Michel Temer (MDB), de quem é amigo de longa data. De acordo com o depoimento – o qual está sob sigilo –, coronel Lima pediu dinheiro, em nome do emedebista, a empresas do Porto de Santos (SP).

Segundo o jornal O Globo, Torrealba disse aos investigadores que o coronel Lima solicitou repasses de recursos financeiros para campanha eleitoral de Temer ao cargo de deputado federal durante visita à sede do grupo Libra, realizada há mais de 15 anos. Se verdadeira, a informação corrobora com os depoimentos prestados pelos irmãos Batista, do grupo J&F. Em colaboração premiada, eles afirmaram que o coronel era quem arrecadava dinheiro para Temer.

Em 18 de janeiro, ao responder a 50 perguntas elaboradas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que investiga se a empresa Rodrimar, operadora no Porto de Santos, foi beneficiada por decreto assinado pelo presidente em maio. Temer afirmou que o coronel nunca havia atuado na arrecadação de recursos.

“O Sr. João Batista me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos”, disse Temer. “Nunca realizei negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros para o Sr. João Batista Lima Filho.” O presidente afirmou ainda nunca ter solicitado que Rodrigo Rocha Loures, João Batista Lima Filho ou José Yunes recebessem recursos em seu nome em retribuição pela edição de normas contidas no Decreto dos Portos.

No depoimento, Torrealba afirmou à autoridade policial que recusou fazer o repasse ao presidente. À PF, alegou ter dito ao coronel Lima que a empresa não realizava doações para candidaturas individuais, apenas para partidos.

Em relatório de dezembro de 2017, a PF havia mapeado doações da família Torrealba ao diretório nacional do MDB. Em 2006, foram doados R$ 75 mil. Na campanha de 2010, R$ 500 mil. Já em 2014, quando Temer presidia o partido, o repasse foi de R$ 2 milhões. Segundo o jornal, o empresário disse à PF que as doações não buscaram contrapartida com o governo e alegou ter mantido apenas relações dentro da lei.

À PF, Torrealba afirmou ainda que, em 2015, solicitou ajuda do Coronel Lima para marcar uma reunião com o então ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, que confirmou ter se encontrado com o empresário para tratar da prorrogação dos contratos da empresa.

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