Empresário admite ter emprestado carro a Pazuello: “Nada de ilegal”
Veículo, que custa R$ 94 mil, é usado pelo general para compromissos particulares na capital federal
atualizado
Compartilhar notícia
O empresário Airton Cascavel admitiu, nesta quinta-feira (5/8), ser proprietário do veículo usado pelo ex-ministro Eduardo Pazuello para se deslocar em compromissos particulares em Brasília. O uso do automóvel foi revelado pela coluna Janela Indiscreta, do Metrópoles, em julho.
O ex-assessor especial do Ministério da Saúde afirmou que o carro ficou emprestado ao general enquanto ele procurava um meio de enviar o veículo a Roraima, onde mora.
“Quando estive aqui em Brasília, e fiquei aqui quase um ano, adquiri um T-Cross e, quando fui embora, ia mandar o carro posteriormente, deixei estacionado. Pedi ao Pazuello: ‘Por favor, cuide do carro até eu achar um meio de levar””, explicou.
Cascavel enfatizou não haver ilegalidade no empréstimo do automóvel. “Não acho ilegal, é um carro meu, declarado no Imposto de Renda. [Pazuello] ficou cuidando para me mandar o carro. Isso saiu na imprensa, mas gostaria de esclarecer”, continuou.
O carro de Airton custa, em média, R$ 94 mil. O automóvel pernoita diariamente na hospedaria exclusiva de alta patente, localizada no Setor Militar Urbano (SMU).
Na manhã de 13 de julho, contudo, a namorada do ex-ministro, a médica do Exército Laura Appi, de 33 anos, atual diretora do Ministério da Saúde, foi fotografada pelo repórter Hugo Barreto, do Metrópoles, usando o veículo emprestado.
Por ter direito a transporte oficial durante o expediente – como secretário da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República –, Pazuello só recorre à propriedade do aliado quando cumpre agenda fora dos compromissos do Palácio do Planalto.
Depoimento à CPI
Cascavel participou de agendas públicas e reuniões administrativas com o ex-ministro, exercendo influência sobre decisões da pasta. Após a informalidade vir à tona, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o nomeou como assessor especial, cargo ocupado de junho de 2020 a março de 2021.
O empresário era apontado por gestores estaduais e municipais como o “ministro de fato” da pasta, por ser quem resolvia muitas das questões burocráticas e logísticas do ministério.
Nesta quinta-feira, Cascavel presta depoimento à CPI da Covid, no Senado Federal.