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Empreiteira pagou R$ 2,5 milhões a Erenice Guerra, aponta laudo da PF

Sócio da Engevix José Antunes Sobrinho já havia informado, em delação premiada revelada pela revista Época, ter contratado a equipe da ex-ministra da Casa Civil

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Erenice Guerra
1 de 1 Erenice Guerra - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

A empreiteira Engevix pagou R$ 2,5 milhões ao escritório de advocacia de Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil no governo Luiz Inácio Lula da Silva e ex-secretária executiva da então ministra Dilma Rousseff. A informação consta de laudo da Polícia Federal sobre movimentações financeiras da empresa investigada na Operação Lava Jato por envolvimento no esquema de cartel e corrupção na Petrobras. Os pagamentos foram feitos em 2013, quando Erenice já não era mais ministra.

O documento mapeou os principais órgãos do poder público e empresas estatais que assinaram contratos com a empreiteira nos anos de 2008 e 2013, os repasses da construtora para políticos e partidos e os contratos com consultorias e prestadores de serviços nesse período, no qual há o registro da empresa de Erenice. O laudo é assinado pelo perito Ricardo Andres Reveco Hurtado.

Segundo o relatório, é preciso cruzar os pagamentos ao escritório de Erenice com outros dados da investigação. O sócio da empreiteira José Antunes Sobrinho já havia informado, em delação premiada revelada pela revista Época, ter contratado a equipe da ex-ministra.

Os serviços foram requisitados após o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendar que a Eletronorte executasse, em 2013, uma garantia de R$ 10 milhões da Engevix por obras na Usina de Tucuruí, no Pará. No fim daquele ano, a corte de contas reverteu a decisão, beneficiando a empreiteira.

Em nota, o escritório Guerra&Advogados Associados informou que, sobre “um suposto pagamento da empresa Engevix, tem a esclarecer que toda e qualquer relação comercial foram estabelecidas legalmente, por meio de contrato, com todas as comprovações de serviços prestados” à empreiteira.

Citações
Não é a primeira vez que o nome da ex-ministra aparece na Lava Jato. Ela já foi apontada em delações de executivos da Andrade Gutierrez como uma das responsáveis por acertar a propina de 1% nas obras da Usina de Belo Monte, no Pará, que teria sido dividida entre PT e PMDB. O leilão da usina durou sete minutos e foi vencido com deságio de 6,02% sobre o preço inicial de R$ 83 por MWh, no dia 20 de abril de 2010.

Erenice ficou no comando da Casa Civil de abril a setembro de 2010, quando deixou o cargo em meio a denúncias de que fazia lobby para empresas no ministério. Antes de assumir a pasta na gestão Lula, ela havia sido secretária executiva. Chegou à função em 2005, quando Dilma trocou o Ministério de Minas e Energia pela Casa Civil em substituição a José Dirceu.

Os executivos da Engevix negociam um acordo de delação premiada e colaboram com as investigações.

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