Embaixada americana informa à PF apreensão de novos lotes de madeira
Foram apreendidos três carregamentos de madeira nobre brasileira exportada ilegalmente para os Estados Unidos
atualizado
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A embaixada americana informou nessa sexta-feira (21/5) à Polícia Federal sobre a apreensão de três carregamentos de madeira nobre brasileira exportada ilegalmente para os Estados Unidos.
As cargas somam mais de 74 toneladas de madeira de espécies nativas da Amazônia, como angelim, cedro, jatobá, maçaranduba, entre outras.
O ofício da embaixada foi encaminhado ao delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni, chefe da operação Akuanduba, que investiga o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por suspeita de facilitar a exportação de madeira ilegal. As informações são do Jornal Nacional, da TV Globo.
Segundo o adido americano Bryan Landry, do Serviço de Pesca e Vida Silvestre, o equivalente ao Ibama nos Estados Unidos, foram apreendidos outros carregamentos de madeira que saíram do Brasil com destino aos portos de Nova Orleans e Seattle. O documento pede orientações para realizar a devolução da madeira apreendida.
“Os produtos florestais foram apreendidos e foi decretado seu perdimento em benefício do governo dos Estados Unidos. Para que se evite sua destruição, o Serviço de Pesca e Vida Silvestre obteve autorização para custear a devolução destes carregamentos ao Brasil. Nesse sentido, tendo em vista as investigações relacionadas à fiscalização das exportações de produtos florestais, submetemos o retorno do carregamento a esta autoridade policial e solicitamos informações sobre como proceder à devolução da madeira apreendida”, diz o ofício.
A embaixada informa também que o governo americano vai “solicitar o compartilhamento das investigações e das evidências produzidas no Brasil e nos Estados Unidos sobre crimes relacionados à exportação de produtos florestais entre os dois países, inclusive aquelas atinentes à operação Akuanduba”.
Segundo a Globo, esse pedido de compartilhamento é o primeiro passo para que os Estados Unidos possam iniciar uma investigação contra os investigados na operação Akuanduba, inclusive o ministro Ricardo Salles.
Todas essas cargas chegaram aos Estados Unidos sem a autorização de exportação do Ibama, documento obrigatório desde 2011 e que o presidente do Ibama, Eduardo Bim, tinha abolido com um despacho em fevereiro de 2020. Esse despacho foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Operações financeiras suspeitas
Também esta semana, a Polícia Federal relatou operações financeiras suspeitas de Ricardo Salles, a partir de um escritório de advocacia que ele tem em sociedade com a mãe. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, as operações foram feitas durante o período em que Salles exerce cargo no primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo a PF, as operações foram realizadas por intermédio do escritório de advocacia que Salles mantém em sociedade com a mãe e ocorreram, nos últimos dois anos. Salles nega a existência de operações suspeitas.
Na quinta-feira (20/5), um dia após a operação contra o titular do Meio Ambiente, o presidente Bolsonaro disse que Salles é um ministro “excepcional” e que está sendo perseguido por xiitas ambientais.