Em vídeo de 2018, Bolsonaro diz ser contra privatização da Eletrobras
MP de privatização da estatal energética está na reta final de análise no Congresso. Texto será analisado na segunda-feira (21/6)
atualizado
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O deputado Glauber Braga (PSol-RJ) divulgou, na sexta-feira (18/6), um vídeo no qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diz ser contra a privatização da Eletrobras. O vídeo foi gravado na campanha à Presidência da República em 2018.
“A questão da energia elétrica no Brasil: isso simplesmente é estratégico, é vital. País sério nenhum do mundo faz isso. Entregar isso para outros países. E olha só: eu sou favorável a privatizar muitas coisas no Brasil, mas a questão energética, não”, diz Bolsonaro.
“E você está tirando de uma estatal brasileira para botar nãos mãos de uma estatal chinesa? Ou seja, eles vão decidir o preço da nossa energia e onde, com toda certeza, no futuro, chegará essa energia. Estarão aqui fazendo o quê? Ganhando dinheiro e decidindo uma questão estratégica como essa. Não podemos aceitar isso daí. Espero que o Brasil dure até o final de 2018 para que nós possamos mudar em 2019, tá ok? “, continua.
O deputado do PSol incluiu no fim do vídeo uma fala crítica ao presidente e convocando opositores para as manifestações que ocorrem este sábado (19/6) em todo o país.
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Na última quarta-feira (15/6), Bolsonaro defendeu a privatização da Eletrobras e discutiu com um apoiador, a quem chamou de sindicalista. Segundo Bolsonaro, se a proposta não for aprovada, pode haver um caos no sistema energético brasileiro.
“Você sabe o imposto que é pago na sua cidade? De luz? Você não sabe, então, não discuta comigo. Eu sei que você é sindicalista aí. Então, esse discurso, não vou aceitar discutir aqui sobre privatização. Bem, se não privatizar acaba tendo um caos no sistema energético no Brasil, porque roubaram tanto, roubaram tanto… Que ninguém fala nisso”, apontou.
A Medida Provisória (MP) de privatização da estatal energética foi enviada pelo presidente Bolsonaro no início deste ano. O texto foi aprovado pelo Senado Federal na quinta-feira (17/6), em uma vitória apertada, com 42 votos a favor e 37 contra. Como foram feitas mudanças, a matéria retorna para análise da Câmara, que deve analisar o texto final na segunda-feira (21/6), um dia antes de a MP perder a validade.