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Em um mês, combate à pandemia custou R$ 10 bilhões aos cofres públicos

Governo já gastou R$ 97,3 bilhões em 2021. O montante equivale a 71,7% do orçado. Especialista defende otimização das despesas

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Vacinação em Goiás contra a Covid-19.
1 de 1 Vacinação em Goiás contra a Covid-19. - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em apenas um mês, entre 8 de setembro e 8 de outubro, a pandemia de Covid-19 custou aos cofres públicos R$ 10 bilhões.

Do valor destinado ao combate à crise sanitária neste ano (R$ 135,6 bilhões), o governo federal já gastou R$ 97,3 bilhões. O montante equivale a 71,7% do orçamento total.

Há um mês, o governo federal havia usado 60% da quantia orçada e contabilizava despesa de R$ 87,2 bilhões.

Os dados fazem parte de levantamento do Metrópoles com base em informações publicadas pelo Painel de Monitoramento dos Gastos da União para a Covid-19, do Tesouro Nacional, ligado ao Ministério da Economia.

O levantamento leva em consideração somente o orçamento previsto e o total “pago” de acordo com valores atualizados em 8 de setembro e 8 de outubro.

Na comparação entre agosto e setembro (meses com dados disponíveis no painel), o pagamento do auxílio emergencial foi a despesa que mais alavancou o gasto.

O ranking é composto ainda pela suplementação ao Ministério da Saúde e demais pastas e pelo pagamento da compra de vacinas, segundo o Tesouro.

No ano passado, o primeiro da pandemia, a União desembolsou R$ 524 bilhões para conter o avanço do coronavírus. O valor previsto era R$ 604,7 bilhões – o excedente ficou como restos a pagar para 2021. À época, foi criado um “orçamento de guerra” para as despesas, possibilitando ações emergenciais e permitindo endividamento.

Erros repetidos

O diretor do Observatório Social de Brasília, Welder Rodrigues Lima, advogado especialista em gestão orçamentária e financeira do setor público, avalia que os gastos não são feitos de uma forma otimizada.

“O governo parece que insiste na repetição de erros. Parte dos recursos destinados a medidas sanitárias não é gasta de um modo efetivo. Não vemos, por exemplo campanhas para incentivar o uso de máscara e a vacinação com esse dinheiro”, pontua.

Para o especialista, o gasto com o auxílio emergencial é necessário. “A cada dia que passa, aumenta o número de pessoas que estão empobrecendo. Mas só chegou a essa situação, que era para ter se extinguido, justamente pelo fato de o governo não ter enfrentado de modo adequado a pandemia”, enfatiza.

Versão oficial

Em nota, o Ministério da Saúde informou que, no último mês, foram transferidos R$ 10,9 bilhões aos fundos estaduais, municipais e prestadores de serviços por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

“Cabe esclarecer que essas transferências são relacionadas à manutenção das ações e serviços da rede pública de saúde”, frisa o texto.

A pasta reforça que as transferências seguem definição do Decreto de Programação Financeira do governo federal.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Economia, mas não obteve resposta até a mais recente atualização deste texto. O espaço segue aberto.

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