metropoles.com

Em três meses de governo, Bolsonaro demite dois ministros

Vélez entra para o grupo do ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno, que após crise acabou demitido por Bolsonaro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em apenas três meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) demitiu dois ministros. O efeito de sucessivas crises fez com que o chefe do Palácio do Planalto dispensasse o titular da Educação Ricardo Vélez Rodríguez, na manhã desta segunda-feira (8/4). A baixa se junta à do ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno.

A segunda demissão ocorre 49 dias após Bebianno deixar o governo. Algumas semelhanças unem as duas baixas, como crises internas, dificuldade de estancar conflitos e um teste para o governo ao ser testado até o limite máximo. Quando o ex-secretário deixou o governo, também era uma segunda-feira (18/2).

Vélez e Bebianno foram os personagens que tiraram os embates com outras alas do governo dos bastidores e trouxeram para fora das dependências do Planalto. Os dois trilharam, basicamente, o mesmo caminho até chegarem à exoneração.

Nos bastidores, o temor é que o governo caia no abismo que engoliu a gestão de Dilma Rousseff (PT), em 2011. À época, a ex-presidente perdeu quatro ministros em três meses de governo. Wagner Rossi (Agricultura), Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa) deixaram o governo por denúncias de corrupção, desentendimentos com a petista e disputa partidária por espaço na Esplanda.

Primeiro ministro a deixar o governo, Bebianno coordenou a campanha de Bolsonaro à presidência. À época, o porta-voz de Bolsonaro, general Otávio Rêgo Barros, justificou o desligamento como de “foro íntimo do nosso presidente”. Na verdade, desentendimentos com um dos filhos do presidente provocou a demissão.

A crise no governo se originou com a suspeita de que o PSL, partido ao qual Bolsonaro e Bebianno são filiados, usou candidaturas laranja em Minas Gerais e Pernambuco nas eleições do ano passado. O ex-ministro presidia o PSL e negou qualquer irregularidade.

Com a tensão inflada, Bebianno negou centralizar a crise dentro do governo. O ex-secretário-geral chegou a dizer que havia conversado com Bolsonaro três vezes sobre o tema enquanto o presidente estava internado em São Paulo.

O então ministro foi desmentido pelo vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, que classificou como “mentira absoluta” a informação. Dias depois, áudios de aplicativo de mensagens vazaram e o contato ficou comprovado. A crise atravessou mais de uma semana e a única medida para minimizar o efeito Bebianno foi a demissão.

Vélez e o MEC degringolado
Em três meses de gestão, o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez se envolveu em uma série de conflitos. A situação dele se agravou nas duas últimas semanas após uma sucessão de eventos, que envolveram demissões, erros e recuos.

O compasso na pasta desandou por uma disputa de poder entre quatro alas distintas: militares, evangélicos, técnicos e aqueles que apoiam o escritor Olavo de Carvalho, influenciador da gestão do presidente.

Entre as principais falhas estão editais com erros, demissões, recuos em medidas, como a da avaliação da alfabetização. O Inep e o Enem foram abalados pelos conflitos. Até mesmo a nomeação do número 2 da pasta gerou desavenças. Um dos casos de maior repercussão foi a de mandar filmar crianças enquanto cantavam o Hino Nacional nas escolas brasileiras.

Com a pasta fragilizada e alvo constante de críticas, Bolsonaro demitiu Vélez nesta segunda e trouxe um nome que sempre esteve às margens do governo para apaziguar a situação. O economista Abraham Weintraub tem a missão de estabilizar a tensão na pasta e evitar novas tensões para o governo.

Mas essas não são as únicas duas pastas a enfrentar uma crise em pouco tempo de gestão. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, viu o nome envolvido em uma polêmica dentro do PSL de Minas Gerais. A Polícia Federal indicou que vê elementos sobre a participação de Álvaro Antônio em um esquema de uso de candidaturas laranja para desviar recursos do Fundo Eleitoral no pleito de 2018.

Desde o início, o ministro tem negado todas as acusações e disse não haver nenhum motivo para se afastar do cargo.

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?