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Em tentativa de ofuscar Bolsonaro, Lula aposta em agenda positiva do governo

Presidente Lula foi orientado a silenciar sobre retorno do ex-presidente ao Brasil e escalou aliados para trabalhar contra Jair Bolsonaro

atualizado

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Lula discursa durante reunião aberta em que recebe relatórios
1 de 1 Lula discursa durante reunião aberta em que recebe relatórios - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Com o retorno de Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil, era esperado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestasse sobre o assunto e criasse um embate direto contra o adversário político. Lula, porém, tem sido orientado a silenciar sobre o assunto. Enquanto isso, o mandatário quer que sua equipe crie uma agenda positiva do atual governo para ofuscar seu adversário.

Aliados do petista têm relembrado o “deslize” cometido por Lula na última semana, quando fez declarações contra o ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) ao comentar a operação da Polícia Federal que prendeu membros de uma facção criminosa que planejavam um ataque contra autoridades, incluindo Moro.

A leitura do Palácio do Planalto é que as falas do petista contra Moro acabaram ganhando destaque sobre agendas consideradas positivas e impediu que as ações repercutissem na opinião pública. Esses mesmos auxiliares temem que algo similar ocorra caso Lula se manifeste sobre Bolsonaro, dando palanque ao ex-presidente e permitindo que ele ganhe o noticiário nacional.

A estratégia pensada pelo entorno do presidente é focar na agenda positiva do governo. Por isso, Lula, que ainda se recupera de uma pneumonia, tem cobrado seus ministros a repercutirem boas ações ao longo desta e das próximas semanas.

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Bolsonaro e Lula durante debate em 2022
Lula e Bolsonaro, em imagens justapostas -- Metrópoles
Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) de pé durante debate na Rede Globo
PT de Lula vai tentar manter prefeituras contra o avanço do PL de Bolsonaro
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Lula, Alckmin e a equipe ministerial do novo governo

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Bolsonaro e Lula durante debate em 2022

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Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) de pé durante debate na Rede Globo

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Presidente Lula discursa em Brasília

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Bolsonaro já tem candidato para a prefeitura de Belo Horizonte em 2024

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O ex-presidente Jair Bolsonaro

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Ex-presidente Jair Bolsonaro

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100 dias

No próximo mês, por exemplo, o governo completará 100 dias de gestão. A ideia do Planalto é realizar uma semana temática e reforçar as ações adotadas durante os três meses de mandato.

Já nessa quinta, no mesmo dia em que Bolsonaro retornou ao Brasil, a equipe econômica de Lula apresentou a nova proposta de arcabouço fiscal. Aliados admitem que o “timing” do governo foi bom para tirar a atenção de Bolsonaro.

“O teto de gastos foi algo discutido nas últimas semanas. É algo trabalhoso. Bolsonaro não pode dizer que foi um factoide produzido contra ele de um dia para outro”, relatou um interlocutor palaciano.

A tendência é que assim que Lula se recuperar da pneumonia, o presidente volte a botar o pé na estrada. Além disso, os ministros também estão sendo orientados a intensificarem as ações junto a estados e municípios.

Para fora

Outro trunfo que o petista deve usar é em relação à agenda internacional. Ainda que isso não reflita diretamente junto a população brasileira, a avaliação é que uma imagem positiva de Lula no exterior acaba lhe rendendo frutos também na popularidade interna.

Nesse sentido, o presidente da República pretende reagendar, por exemplo, o mais brevemente possível a viagem à China, que foi adiada justamente por conta da pneumonia.

O atual governo quer fazer um contraponto entre a pouca efetividade de Bolsonaro nas agendas externas com a boa receptividade que Lula tem no cenário internacional.

Primeiro atrito

Nessa quinta, durante uma reunião do PL, o ex-presidente Jair Bolsonaro reclamou que o atual governo não concedeu a ele carros blindados para usar em seus deslocamentos pelo país. Segundo ele, a medida é necessária para garantir sua segurança. Ele ainda insinuou que corre o risco de sofrer um atentado.

Após o episódio, Lula foi novamente orientado a não responder às provocações e escalou a equipe técnica do Planalto para se posicionar sobre o assunto de forma rápida e clara.

Em nota divulgada à imprensa, a Casa Civil afirmou que “nenhum ex-presidente tem direito a utilização de carro blindado” e ressaltou trecho do decreto 6.381, de fevereiro de 2008, que diz que “findo o mandato do Presidente da República”, o ex-presidente terá direito “aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal; a dois veículos oficiais, com respectivos motoristas”.

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