Em sessão da CCJ, oposição e base cobram fidelidade partidária do PSDB
Partido foi criticado após retirar, sem desligar, relator da denúncia contra Temer, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), da suplência da comissão
atualizado
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Após ter retirado a vaga, mas não desligado, o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o PSDB foi criticado por integrantes da comissão durante a reunião da manhã desta terça-feira (10/10). Deputados da base aliada e da oposição cobraram fidelidade partidária e acusaram a sigla de fazer uma “manobra” ao permitir que o tucano permanecesse no colegiado em uma vaga do PSC.
“Regimentalmente, é até possível que um parlamentar cujo partido tem assento na comissão ocupe a vaga de outro partido. Eticamente, é reprovável”, afirmou o deputado e relator da primeira denúncia contra Temer na comissão, Sérgio Zveiter (Podemos-RJ). Ele chegou a apresentar um requerimento à mesa diretora solicitando o indeferimento da manobra que permitiu que Andrada continuasse na relatoria da acusação em uma vaga do PSC. O pedido, contudo, foi rejeitado pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
O PSDB não tem coragem de assumir posição. Um partido de suma importância que não consiga sustentar no mínimo 70% ou 80% da bancada deveria entregar, pelo menos, a metade dos ministérios. Ficar com os pés nas duas canoas para querer jogar para a galera não dá certo
Deputado Fausto Pinato (PP-SP)
Os integrantes tucanos da CCJ rebateram as acusações. “O PSDB tem as suas responsabilidades bem claras. Não aceitamos acusações ou ilações de que estamos manobrando”, afirmou o coordenador da bancada tucana no colegiado, Betinho Gomes (PE). A posição foi reforçada pelo deputado Paulo Abi-Ackel (MG), autor do segundo parecer na primeira denúncia contra Temer, que pontuou que a saída de Andrada da suplência do partido na comissão foi uma “decisão ajustada” entre a liderança do partido e o decano.