Em São Paulo, Mourão defende participação da Huawei no leilão do 5G
No evento comemorativo da Associação Comercial de São Paulo, vice-presidente disse que seria mais barato manter a empresa chinesa
atualizado
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), participou, na manhã desta segunda-feira (7/12), do evento comemorativo aos 126 anos da Associação Comercial de São Paulo. Além da presença na abertura, Mourão inaugurou o Espaço Lincoln da Cunha Pereira, uma homenagem ao ex-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), falecido neste ano.
Na palestra sob o tema “Conselho Nacional da Amazônia Legal e o Desenvolvimento da Região”, o vice-presidente fez um apanhado de diversos temas históricos e sobre questões nacionais. Ao iniciar o discurso, Mourão afirmou que em breve a vacina estará a disposição do povo brasileiro e tudo “voltará à naturalidade”.
“Brevemente voltaremos a estar reunidos como antes, pois vamos dispor da vacina que será distribuída em todo território nacional. Esperamos ter, até 2021, 150 milhões de brasileiros vacinados e, consequentemente, vamos retomar a naturalidade em nossas vidas.”
O discurso corrobora a fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que pretende adquirir mais de 150 milhões da AstraZeneca, vacina desenvolvida com a Universidade de Oxford (Reino Unido) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Além disso, foi assinado um protocolo para adquirir 46 milhões de doses da vacina Coronavac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac. Tudo a partir de 2021.
Implantação do 5G
Durante a palestra, Mourão sugeriu a possibilidade de conceder permissão de participação da Huawei no leilão de 5G no país.
“O meu ponto de vista é o seguinte, e é um ponto de vista que já está começando a tomar forma no governo: toda empresa que comprovar que está dentro do seguinte tripé “respeito a nossa soberania, respeito à privacidade dos dados que são transmitidos e a economicidade” poderá ser contratada para a infraestrutura”, analisou.
De acordo com o vice-presidente, 40% de toda estrutura 3G e 4G que o Brasil tem hoje é da Huawei. “Então, se ela disse que não vai fornecer equipamento, vai custar muito mais caro para nós, porque vai ter que desmontar tudo que tem aqui. A tecnologia dela não ‘fala’ com o equipamento das outras. E quem é que vai pagar essa conta? Somos nós”, afirmou.
Mouro explicou que o leilão do 5G é de frequências. “Então, as nossas teles aqui devidamente estabelecidas vão competir pelas frequências já estabelecidas. Aí, tem um problema na questão da televisão aberta, que é transmitida por parabólicas e tem uma superposição de frequência”.
“Por conta disso, quem ganhar a frequência tem que fornecer um supressor de ruído. Mas a infraestrutura, ou seja, as torres, as infovias, isso é fornecido pelas empresas. Das cinco empresas do mundo, as duas maiores são chinesas. A terceira e a quarta colocadas são uma finlandesa e a outra sueca, Nokia e Ericsson. A quinta é americana Cisco”, enumerou.