Em sabatina, André Mendonça dispensa uso de máscara contra Covid
Indicado por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal alegou que o aparato de proteção “atrapalha” e o “óculos embaça”
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, André Mendonça, pediu para dispensar o uso de máscara de proteção contra Covid-19 durante participação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde é sabatinado na manhã desta quarta-feira (1º/12). O advogado foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A possibilidade de dispensa do uso do aparato de proteção em local fechado foi oferecida à Mendonça pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O senador lembrou que outros sabatinados também pediram para não usarem máscaras por, segundo eles, atrapalhar no momento de fala. Mendonça concordou: “Eu agradeço muito porque o óculos às vezes embaça. Ajuda muito”, disse, confirmando aos demais senadores ter se vacinado contra o novo coronavírus.
Mendonça, o candidato “terrivelmente evangélico”, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 13 de julho, um dia depois da aposentadoria de Marco Aurélio Mello. Desde então, o STF tem apenas 10 magistrados.
Nesse período, Mendonça fez peregrinação pelo Senado, onde visitou mais de 90% dos parlamentares atrás de apoio.
Depois de ser submetido a uma sabatina na CCJ do Senado, Mendonça terá o nome votado em plenário, onde precisa ser aprovado por maioria absoluta dos senadores — ou seja, 41 dos 81 parlamentares.
Perfil
Natural de Santos (SP), André Mendonça é advogado da União desde 2000, foi assessor especial do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, de 2016 a 2018, e ministro da Justiça e Segurança Pública, de 2020 a 2021. Está em sua segunda passagem pelo cargo de advogado-geral da União na gestão de Bolsonaro.
O presidente Bolsonaro havia firmado compromisso de designar alguém “terrivelmente evangélico” para a Corte. Mendonça é bacharel em teologia, pastor e frequentador da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília. Integrantes da bancada evangélica no Congresso davam como certa a indicação.
Segundo Bolsonaro, ele é “uma pessoa que vai nos orgulhar”. “E não tem negociação desse cargo. A indicação, pela Constituição, pertence ao presidente da República. E ele vai defender o Brasil dentro do Supremo Tribunal Federal.”