Em reunião com Bolsonaro, líderes evangélicos defendem André Mendonça para o STF
Ex-ministro do governo, André Mendonça busca ajuda para destravar sua indicação ao Supremo Tribuna Federal no Senado
atualizado
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Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na tarde desta quarta-feira (15/9), líderes evangélicos afirmaram que o chefe do Executivo mantém a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o encontro, que durou pouco mais de uma hora e meia e contou com a presença do próprio Mendonça, os religiosos pediram empenho do governo para aprovar a indicação no Senado.
“O presidente da República teve uma reunião com líderes evangélicos para reafirmar que o candidato dele é André Mendonça; que não tem nenhuma segunda opção – é o André. Se alguém pensa que desestabilizando o André vai conseguir um outro nome, ele [Bolsonaro] tem um compromisso assumido antes de ser presidente”, disse o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, presente na reunião desta tarde.
Mais cedo, nesta quarta, o grupo de evangélicos também se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). De acordo com um interlocutor do Planalto, Pacheco se comprometeu a falar com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), para pautar a sabatina de Mendonça no colegiado.
Alcolumbre é peça central no jogo, uma vez que o indicado do presidente precisa passar por sabatina na comissão. Se aprovado, o nome de André Mendonça ainda precisa ser votado em plenário. Para chegar ao STF, ele precisa ser aprovado por maioria absoluta dos senadores, ou seja, 41 dos 81 parlamentares.
Como noticiou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, André Mendonça recorreu ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e a ministros do STF para tentar destravar sua indicação no Senado. Segundo a coluna, o ministro da Corte Dias Toffoli entrou em ação e procurou o senador Alcolumbre.
Quem é André Mendonça
Natural de Santos (SP), André Mendonça é integrante da Advocacia-Geral da União (AGU) desde 2000. Ele foi assessor especial do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, de 2016 a 2018, e ministro da Justiça e Segurança Pública, de 2020 a 2021. Estava em sua segunda passagem pelo cargo de AGU na gestão de Bolsonaro quando foi indicado ao STF e substituído por Bruno Bianco.
O presidente havia firmado compromisso de designar alguém “terrivelmente evangélico” para a Corte. Mendonça é bacharel em teologia, pastor e frequentador da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília. Integrantes da bancada evangélica no Congresso davam como certa a indicação.
Segundo Bolsonaro, ele é “uma pessoa que vai nos orgulhar”. “E não tem negociação desse cargo. A indicação, pela Constituição, pertence ao presidente da República. E ele vai defender o Brasil dentro do Supremo Tribunal Federal.”
A indicação de André Mendonça ao Supremo é a segunda e última feita por Bolsonaro no atual mandato. Se reeleito em 2022, ele poderá indicar mais dois nomes em 2023.