Em reunião com Bolsonaro, governadores criticam terras indígenas
Para chefes dos executivos locais, exploração traria mais recursos para o país. Governo apresentou resultados de ações contra queimadas
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se reúne com governadores da Amazônia Legal nesta terça-feira (27/08/2019). O chefe do Palácio do Planalto recebe os mandatários do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e do Maranhão. Durante o encontro, os governadores se queixaram da impossibilidade de exploração em terras indígenas.
O governador de Tocantins, Mauro Calesse (PHS), reclamou da demarcação das terras indígenas. “Não temos condições de produzir e os índios têm milhões e milhões de terras e também estão precisando se desenvolver. Os índios estão vivendo precariamente”, avaliou, ao pedir apoio do Executivo federal.
Sobre os incêndios que atingem a região amazônica há mais de duas semanas, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), cobrou investimento para o combate às chamas. “Precisamos de ajuda do governo federal. É um momento difícil que vivemos todo ano”, destacou o correligionário do presidente, ao dizer que os índios não querem “assistencialismo”.
No mesmo tom, o chefe do Executivo de Rondônia, Antônio Denarium (PSL), reclamou que é impossível preservar a floresta nativa sem a colaboração do governo federal. “Esse momento é muito importante para fazer a regularização fundiária da Amazônia”, defendeu.
Denarium se queixou ainda das fiscalizações no estado. “Temos que aprender a separar os bons dos ruins. O Ibama multa todo mundo sem defesa. A Polícia Federal prende toda carga de madeira sem saber se é legal ou não”, criticou.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), pediu que o governo federal use todos os recursos financeiros para proteger a Amazônia e criticou a “internacionalização” da região. “O mais importante é construir um amanhã para a Amazônia. Essa é uma crise continuada ano a ano”, reclamou.
Resultados
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, ressaltou os efeitos do decreto da Lei de Garantia da Ordem (LGO) que autorizou o envio das Forças Armadas para o combate às chamas e garantiu que a situação está sob controle.
O tenente-brigadeiro do ar Raul Botelho, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, destacou que o trabalho de combate ao fogo na Amazônia é feito de maneira corriqueira. “Já houve um recrudescimento dos focos de incêndio. Houve apoio aéreo e algumas chuvas ajudaram na mudança do cenário”, frisou, comparando imagens de satélite dessa segunda-feira (26/08/2019).