Em reformulação do Meio Ambiente, Ibama e ICMBio podem ser unificados
Pasta ainda não teve ministro escolhido; cargo abriu disputa entre ambientalistas e ruralistas
atualizado
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O Ministério do Meio Ambiente, que segue sem indicação de um titular para a próxima gestão, será alvo de reformulações que prometem colocar o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), em rota de colisão com ambientalistas. A mais polêmica delas, em estudo pela equipe de transição, é a unificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conforme registrou o jornal O Globo.
Os dois órgãos são autarquias federais vinculadas ao ministério e dividem o trabalho de fiscalização e preservação ambiental. Enquanto o Ibama trabalha prioritariamente com o licenciamento de obras, o ICMBio gerencia as unidades de conservação federais.
Segundo O Globo, na avaliação da equipe de Bolsonaro, a pasta do Meio Ambiente precisa passar por enxugamento de despesas e cargos. A equipe de transição acredita haver sobreposição de tarefas entre Ibama e ICMBio. Por esses motivos, Bolsonaro estuda tanto fundir os dois órgãos quanto transferir para outros ministérios estruturas que hoje pertencem ao Meio Ambiente, como a Agência Nacional de Águas.
Enquanto a reformulação é estudada, conforme o jornal carioca, ambientalistas e ruralistas travam uma queda de braço em torno do nome do próximo ministro, cada setor tentando emplacar um aliado. Pelos ambientalistas, a aposta é o agrônomo Xico Graziano, ex-deputado por São Paulo, chefe de gabinete do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e secretário do Meio Ambiente em São Paulo. Já os ruralistas, segundo O Globo, preferem o advogado Ricardo Salles, que também foi secretário do Meio Ambiente em São Paulo, ex-secretário particular do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e preside o movimento Endireita Brasil.
A expectativa é de que o nome do escolhido saia nesta terça-feira (4/12). Nesta segunda, o ministro extraordinário da transição, Onix Lorenzoni anunciou a futura estrutura do governo federal, com 22 ministérios: além do titular do Meio Ambiente, a pasta de Direitos Humanos continua sem um nome definido.