Em queda de braço, Maia abre sessão da Câmara e derruba a do Congresso
Após uma hora de discussão, presidente da Casa e partidos governistas fizeram acordo
atualizado
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Um novo capítulo da quebra de braço entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a base governista deu o tom do início de trabalhos nesta quinta-feira (17/12). As sessões da Câmara e do Congresso Nacional foram convocadas para o mesmo horário, às 9h.
Com as duas sessões marcadas, Maia abriu a sessão da Câmara e derrubou a do Congresso. Partidos governistas tentaram obstruir a sessão da Câmara para impedi-la e impor a do Congresso. O parlamentar disse não ter sido comunicado com antecedência da sessão do Congresso e precisava avançar na pauta da Casa.
“Eu não fui comunicado da sessão do Congresso e não fui alertado. Se eu tivesse sido procurado pelas lideranças que tivessem interessadas no Congresso tudo bem, mas eu não fui comunicado por ninguém nem por nenhum líder da base, nem ministro do governo”, afirmou Maia.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que também comanda o Congresso, convocou sessão na noite de quarta-feira (16/12), quando a sessão da Câmara já estava agendada.
Após uma hora de discussão, houve acordo: os deputados encerrariam a votação dos destaques da Medida Provisória 998/20, depois realizariam a sessão do Congresso para apreciar o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) n° 29/20. Então, voltariam à sessão da Câmara com o projeto de Lei 4372/20, que regulamenta o novo Fundo de Manutenção da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Imbróglio
Na pauta do Congresso consta o PLN n° 29/20, que remaneja cerca de R$ 4 bilhões para organismos internacionais. O projeto estava entre os assuntos da quarta-feira, mas foi retirado por causa do prazo de apresentação do relatório.
“O Brasil está em debito com os órgãos internacionais há muitos anos. Na última sessão, o relator de um PLN retirou todo o dinheiro dos organismos internacionais e o governo poderia ter vetado, mas sancionou a retirada destes recursos. O governo que errou. Não é assunto novo, estava no orçamento a previsão de R$ 1,2 bilhão sem ser combinado com ninguém. Vai ter que resolver, não será hoje”, criticou Maia.
Líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL) pediu um acordo para houvesse as sessões do Congresso e da Câmara e alfinetou. “É importante que a gente dialogue para encontrar consenso. Todos nós fomos informados sobre essa sessão do Congresso. Se o senhor não foi, é uma questão de comunicação entre o senhor e o presidente do Congresso, que é do seu partido”.
“Beicinho”
Vice-líder do governo, Giovani Cherini (PL-RS) disse que Maia está sendo autoritário e provocou. “O senhor não é o dono da Câmara, nem o rei. O senhor precisa ouvir os deputados, os partidos. Vamos conversar presidente. Não podemos fazer beicinho. Político que faz beicinho não é político, por favor”.
Maia, então, respondeu: “O senhor está no carro e eu estou no plenário trabalhando”.