Em protestos, dia da mentira vira #BolsonaroDay no Twitter
Presidente é alvo de críticas após compartilhar vídeo em que a Ceasa de Belo Horizonte estaria desabastecida por causa do isolamento social
atualizado
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O dia da mentira, nesta quarta-feira (01/04), centralizou mais protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Além dos recentes panelaços, o chefe do Palácio do Planalto enfrenta manifestações virtuais.
Na manhã desta quarta-feira, o assunto mais comentado no Twitter foi o #BolsonaroDay — alusão irônica ao dia da mentira. Por volta das 11h40, mais de 25 mil mensagens haviam sido publicadas sobre o assunto.
O movimentou ganhou fôlego após Bolsonaro compartilhar em suas redes sociais que a Central de Abastecimento (Ceasa) de Belo Horizonte estaria supostamente desabastecida.
A falta de produtos seria causada pelas medidas de isolamento contra a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, determinadas por prefeitos e governadores, que têm sido alvo de críticas de Bolsonaro.
Na verdade, a Ceasa da capital mineira está funcionado e não registrou desabastecimento de produtos.
A antropóloga e professora universitária Debora Diniz aderiu aos protestos. “Fatos de uma pandemia para governo Bolsonaro não é a ciência em tempo real de modeladores matemáticos. É um vídeo de um tipo qualquer sobre o mercado vazio de um lugar qualquer”, escreveu.
O ator Fábio Assunção também integrou o movimento contra o presidente Bolsonaro. “Que dia é hoje? Afinal, desde 1º de janeiro de 2019, tem sido primeiro de abril no Brasil”, criticou.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) pontuou em uma publicação o que seriam as mentiras do governo Bolsonaro. “Kit gay, gripezinha, nazismo de esquerda, queimadas na Amazônia foram ONGs. Qual a pior mentira do Bolsonaro?”, ironizou.
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) reclamou da atuação do presidente. “Com esse criminoso na Presidência, todo dia é dia da mentira”, salientou.
A ex-candidata à Presidência Manuela D’Ávila (PCdoB) ironizou o caso envolvendo a Ceasa de Belo Horizonte. “Bolsonaro começa seu 1º de abril fazendo o que faz de melhor: mentindo”, publicou.
Panelaço
Desde o início do isolamento social por conta da pandemia de Covid-19, Bolsonaro é alvo de protestos contra a postura. O presidente é contra as medidas de restrição que minimizam a circulação do vírus.
Nesta terça-feira (31/03), o presidente foi alvo de mais um panelaço enquanto era transmitido um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão.
Bolsonaro tirou de contexto uma frase em que o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, explica a necessidade de governos darem apoio a trabalhadores informais durante a crise.
O presidente afirmou que Tedros tinha ressaltado a importância das pessoas voltarem ao trabalho, o que foi desmentido pelo diretor da OMS.