Em post, Bia Kicis faz piada racista com Moro e Mandetta em blackface
A deputada federal compartilhou uma publicação em referência ao programa de treinee do Magazine Luiza, que só aceitará candidatos negros
atualizado
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A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) usou as redes sociais, nesse sábado (26/9), para compartilhar uma postagem racista envolvendo os ex-ministros Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Ambos exonerados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em referência ao processo seletivo do Magazine Luiza, a postagem afirma que Moro e Mandetta estão desempregados e estão se pintando de preto para fingir que são negros e conseguir uma vaga no programa.
Na semana passada, uma polêmica foi instalada após o Magalu anunciar o programa de treinee 2021, informando que aceitará apenas candidatos negros no processo.
A iniciativa causou uma tempestade nas redes sociais, gerando discussões acaloradas sobre o mérito da medida e racismo.
A publicação de Kicis repercutiu negativamente. O cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Guilherme Casarões compartilhou imagem da publicação da deputada e pressionou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmando que a postagem racista viola o Código de Ética da Casa.
Na imagem divulgada pela deputada, Moro e Mandetta aparecem pintados de preto. Essa prática é conhecida como blackface, que consiste na caracterização de personagens do teatro com estereótipos racistas atribuídos aos negros.
Deputada fala em meme
Bia Kicis usou as redes para se defender e acusar a rede de varejo. “O povo não consegue mais entender um meme. Sabe quem é racista? A Magazine Luiza e quem mais achar que os negros precisam de favor e ter vaga exclusiva para emprego porque não têm capacidade intelectual. Nem falem quem é falta de oportunidade porque pobre branco tem as mesmas dificuldades”, escreveu, em seu perfil no Twitter.
A deputada também disparou contra o Ministério Público do Trabalho. “O MPT inclusive vem falar de reparação histórica. Não entendem nada sobre mérito, dedicação e superação. Nem sobre o Brasil ser o povo da miscigenação. Meu único preconceito é com a má-fé esquerdista. Aliás, é pós conceito diante dos fatos”, afirmou.