Em posse na Casa Civil, Rui Costa fala em sair de momento de paralisia

O ex-governador da Bahia Rui Costa (PT) tomou posse, nesta segunda-feira (2/1), como ministro da Casa Civil do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto sem a presença de Lula, que se reúne com chefes de Estado, Costa disse que é preciso “sair desse momento de paralisia completa” e retomar obras públicas.

“A transição verificou que, inclusive, obras foram deletadas dos arquivos como se concluídas estivessem. Nós vamos resolver logo no início as creches, as escolas, os postos de saúde, porque o povo está precisando”, afirmou Rui Costa durante discurso.

O novo ministro disse ainda que irá receber na próxima semana cada ministro para definir prioridades. Ele frisou também que Lula pretende se reunir com governadores ainda em janeiro.

Costa defendeu amplo diálogo com o setor produtivo, incluindo indústria, comércio e agricultura, e defendeu a superação do antagonismo perante o agronegócio. “A economia brasileira precisa do agronegócio. Na Bahia dialogamos com o agronegócio”, salientou.

Equipe

Costa anunciou três novos nomes que passam a integrar sua equipe na pasta: o economista Bruno Moretti, que fica à frente da Secretaria Especial de Análise Governamental (SAG); Norberto Queiroz, auditor fiscal aposentado da Bahia, ficará com a Secretaria de Administração (SA); o jurista Wellington César Lima e Silva, assume a Secretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ) e o administrador Maurício Muniz comandará a Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento (SAM).

Wellington Lima e Silva foi ministro da Justiça de Dilma por poucos meses. Nomeado para o cargo em março de 2016, ficou no posto até maio daquele ano, quando a petista sofreu o impeachment.

Além destes, já foram anunciados, anteriormente, Miriam Belchior na Secretaria Executiva e Marcus Cavalcanti na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Estavam presentes da cerimônia Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD), senadores aliados de Costa na Bahia, o governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e outros ministros nomeados por Lula. O presidente Lula não compareceu porque cumpre agenda com chefes de Estado ao longo de todo o dia no Palácio Itamaraty.

Perfil

Costa encerrou, em 31 de dezembro de 2022, um ciclo de oito anos à frente do governo da Bahia. Para ambos os mandatos, ele foi eleito ainda em primeiro turno.

Antes, Rui Costa foi deputado federal e exerceu cargos no governo de seu antecessor, Jaques Wagner (PT-BA), como secretário da Casa Civil e secretário de Relações Institucionais da Bahia. Seu primeiro cargo público foi de vereador de Salvador (2005-2007). Este será, portanto, seu primeiro cargo no Executivo federal.

Filho de metalúrgico e nome forte do PT, Costa participou da fundação do partido na década de 1980. Sua atuação política, assim como Lula, tem origem no movimento sindical. Economista formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ele iniciou a vida profissional no Polo Petroquímico de Camaçari. Entre 1984 e 2000, dirigiu o Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia e, entre 1992 e 1998, a Confederação Nacional dos Químicos.