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CPI do MST: grupo vai a SP e tenta ligar movimento ao trabalho escravo

Na Câmara dos Deputados, a CPI do MST é o principal instrumento da oposição para causar desgastes ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva

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Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) presidente da comissão, ao lado o relator deputados Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente
1 de 1 Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) presidente da comissão, ao lado o relator deputados Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A oposição na Câmara dos Deputados dá sequência ao plano de usar a CPI do MST como principal frente de desgaste ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta segunda-feira (29/5), na primeira atividade externa da comissão, oposicionistas visitaram assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo. A estratégia é associar o grupo a questões como trabalho análogo à escravidão.

Ricardo Salles (PL-SP) e o Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), relator e presidente da CPI do MST, foram a assentamentos em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Outros parlamentares de oposição, como Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Caroline De Toni (PL-RJ), integraram a comitiva. No lado governista, o deputado Nilton Tatto (PT-SP) esteve presente.

As diligências foram feitas junto ao departamento de investigações criminais no Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter). Os deputados se reuniram com agentes do Pontal de Paranapanema, região onde as ocupações do MST mobilizaram quase três mil pessoas em sete municípios.

Lá, conversaram com o delegado responsável pela prisão de José Rainha Junior e Luciano de Lima, líderes do MST acusados de extorsão contra proprietários de terra.

“A primeira reunião com o delegado mostrou a parcialidade do próprio inquérito, na perspectiva de criminalização do MST. Os supostos proprietários que reclamaram não conseguiram provar que eram proprietários. São terras devolutas para a reforma agrária. Eles compraram de outros”, disse o deputado Nilto Tatto, ao Metrópoles.

Tatto considera a visita aos assentamentos como um “espetáculo”, devido à presença do batalhão de polícia. O petista, porém, acredita que foi possível perceber a produção e a utilização da terra, com plantações próximas a cada barraco.

“Espetacularização”

“Não houve nada demais, nenhum incidente, além da espetacularização. É ruim para o próprio Parlamento se sujeitar a ter uma CPI dessa. Mostra como não querem discutir uma agenda produtiva da reforma agrária”, completa.

Nessa terça, serão ouvidos dois ex-integrantes do movimento: Nelcilene Reis e Ivan Xavier. Ela, apurou o Metrópoles, fez parte de um grupo dissidente responsável por expulsar coordenadores do MST de um acampamento chamado Marias da Terra, levantado no Distrito Federal. O casal foi acusado de extorquir os próprios trabalhadores.

Os requerimentos para ouvir Nelcilene e Ivan são de Rodolfo Nogueira. De acordo com a equipe do parlamentar, ambos deixaram o movimento e podem colaborar para esclarecer relatos de extorsão, ameaças e trabalhos forçados sem remuneração. Nas redes sociais, o deputado disse ter encontrado em um assentamento em São Paulo uma situação de trabalho análogo à escravidão e “condições sub-humanas”.

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